Este blog apenas reporta a realidade, sem seguir cartilhas políticas ou ideológicas, nem apoia extremismos de esquerda ou direita.Não toma partido em questões geo-políticas(sem deixar de condenar crimes de Guerra) .
Há qualquer coisa de errado para a qual nem a ciência consegue ter explicação e que os populistas estão a saber aproveitar. Há quem lhe chame complexo do radicalismo dominante ou politicamente correto. Cá para mim é simplesmente um absurdo ou pura estupidez.
As marionetas chegaram ao poder e o povo assiste a um triste espetáculo.
Mas, como se vai vendo, ainda aplaude. (Segue no link a seguir)
Primeiro escrita para ser usada como peça teatral e depois passada a livro, a Viagem à roda da Parvónia suscitou uma das mais tumultuosas contestações de que há memória. Disse Antero de Quental, a este propósito: "O público protestou contra a caricatura, provavelmente porque se viu nela.Com efeito ,se esse público aplaudisse o quadro da própria ignomínia,que lhe era apresentado,seria além de tudo o mais,cínico.Não o é,toma-se ainda a sério.Pode ser que às vezes,em momentos raros de lucidez relativa,desconfie de que é tolo.Mas não o reconhece e não admite que lho digam.É um sintoma de que desorganização não ataca ainda o intímo do ser.Prova que a corrupção idiota da sociedade de Lisboa é mais o resultado lastimável de condições externas,do que de uma perversão intima e expontânea.Depois o riso é um dissolvente,não é um remédio.O riso amolece,relaxa e acaba por tornar imbecis aqueles mesmos que o empregam contra a imbecilidade alheia.Quando um povo chega a rir-se de si próprio é porque perdeu uma boa parte,senão a melhor parte,da sua virtude colectiva.Tornou-se talvez mais gentil,mas os povos gentis estão muito longe de serem os povos fortes.Receio um tanto que a espirituosa purée de epigramas e ditos venha mais tarde,daqui por alguns anos,a reconhecer-se pouco substancial e até causadora de certa anemia moral.Se há gangrena nesse corpo social(sociedade de Lisboa),e tantos sintomas rapidamente acumulados o estão denunciando,é o cautério,é o ferro em brasa que convém aplicar-lhe,e rudemente,firmamente,porque se não brinca com a gangrena."(Antero de Quental em 1879)
"A República actual é uma bandalheira,e o presidente é o chefe supremo dessa bandalheira." Coronel Tinoco de Faria no jornal I em Setembro de 2018(onde também disse que a maçonaria mandava na tropa) -
Resultados eleitorais à moda dos jornalistas, velhos tratados abaixo de cão e histéricas transformadas em ativistas do clima.
A frase era dita na brincadeira pelo meu amigo Gigi, que gostava de me ‘picar’ sempre que se discutia algum assunto mais polémico: «A culpa é dos jornalistas», dizia. Nos velhos tempos de sacanagem eu não deixava de rir, discordando, obviamente, e argumentava que os jornalistas têm a obrigação de informar, dando os diferentes pontos de vista em discussão. Sou do tempo, e já pareço o Velho do Restelo, em que a notícia não se confundia com a opinião. Hoje, infelizmente, sou obrigado em concordar com o meu amigo em muitas ocasiões. Mais no link a seguir
Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.
A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse.
Marcelo reduziu um dos mais antigos estados-nação do mundo a uma tasca onde se come, dança o vira e vê a bola. E é com isto que espera contribuir para um povo unido e confiante nas suas capacidades.
Fiquemos pelo eufemismo: já todos perdemos a conta aos momentos menos felizes de Marcelo Rebelo de Sousa. Dos abusos na Igreja que não lhe pareciam particularmente elevados, ao pedido ao Reino Unido para não fechar os voos para o Algarve, em tempo de Covid, em nome da nossa “velha aliança”. Mas, curiosamente, Marcelo, que puxa do argumento da História para responder a uma questão de saúde pública, não se lembra dele quando o tema é identidade nacional.
A semana que passou impressiona mesmo o mais imunizado em matéria de marcelices. Começou com uma análise futebolística não encomendada a gabar o facto de termos esmagado o poderoso Luxemburgo, seguiu desenfreada com os comentários ao decote de uma popular e acabou, estampada no fundo, com o épico discurso do “we are bacalhau”. Portugal não tem bem um Presidente; tem um tio extrovertido num casamento.
Em Toronto, perante uma plateia de imigrantes, foi isto que saiu a Marcelo: “Of course we are fado, We are bacalhau. We are caldo verde, we are cozido à portuguesa. We are the vira, and the corridinho, and the fandango. We are all of this. We have a soul. We are Cristiano Ronaldo. We are so many champions, in so many fields, but the best champions of Portugal are you, the Portuguese people. E agora, como prometido, vou abraçar e beijar todas e todos. E tirar uma selfie com cada qual.”
O vazio que ocupa Belém Marques Mendes? Guterres? O palhaço Companhia? Após os estragos causados pelo prof. Marcelo, até um naperon cumpriria as funções com superiores coerência e empatia.
02 set. 2023, 06:38 no Observador
Instado a comentar o beijo do presidente da Federação Espanhola de Futebol a uma jogadora da selecção local, o prof. Marcelo respondeu: “Caros senhores, eu sou o presidente da República portuguesa. O meu cargo não é compatível com o comentário de insignificâncias, e a simples ideia de que o pudesse ser é francamente espantosa. Seria inadequado que eu falasse de insignificâncias em qualquer circunstância, e seria brutalmente ofensivo para os portugueses que o fizesse quando vivemos um momento crítico, uma crise económica, social e institucional sem precedentes próximos. É esta crise, que ameaça arruinar – e arruína – a sobrevivência digna de inúmeros cidadãos, que me deve inquietar – e inquieta. O resto não é assunto para um chefe de Estado, e sim para conversas de café e recintos de variedades. Tenham juizinho e passem bem. Bom dia!”
Estou a brincar. É claro que o prof. Marcelo não disse nada de vagamente parecido. Aliás, ninguém perguntou nada ao prof. Marcelo, que, ao contrário do rei de Espanha e de cerca de 100% dos estadistas da Terra com excepção do caricato sr. Sánchez, não apenas mencionou o famoso beijo como o fez de modo espontâneo e enquanto dissertava na Universidade de Verão do PSD: “Saí da Ucrânia a pensar o que é fazer política, o que é lutar por uma causa, até onde se deve lutar por uma causa, o que dá sentido à vida? É nestas situações extremas que se percebe o que é fundamental. E há coisas tão menores que ocupam a atenção das pessoas – por exemplo, se beijou melhor ou pior, ainda que tenha beijado, enfim…”
Depois, e só depois, é que os jornalistas o questionaram se se referia ao tal sr. Rubiales. E o prof. Marcelo, o mais alto magistrado da nação, prosseguiu com empenho e minúcia: “Uma questão de investigação de um crime de assédio sexual é uma questão grave, mas há questões mais graves, como seja a morte em guerra, de vidas humanas de um lado e de outro em número massivo. Portanto, em termos de destaque noticioso cada qual é livre, mas uma coisa é um ato criminoso individual para se investigar, outra é uma guerra com mortes e a vida humana vale sempre mais do que tudo isso.” Ou seja, o prof. Marcelo finge desvalorizar o vazio para criar um contexto em que possa comentar o vazio. É no vazio que o prof. Marcelo se sente bem.
Serviu-nos bem este mito de Cristo,pensou em voz alta o ateu(?)e oportunista inquilino de S.Bento (talvez em convívio com um de seus ministros) e então porque não ir a Roma agradecer ao papa Francisco? Decidido. E mandou reservar viajem ainda para Setembro.
Esta é a 31.ª do órgão político de consulta do Presidente da República realizada nos mandatos de Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado convocou-a com dois pontos na agenda: a conclusão da análise da situação económica, social e política do país iniciada na reunião de julho e um balanço da situação internacional, com foco na guerra na Ucrânia – onde Marcelo Rebelo de Sousa esteve em agosto – e na situação económica global.
A reunião de 21 de julho, que durou cerca de quatro horas e meia, terminou sem a divulgação de conclusões, numa noite em que o primeiro-ministro, António Costa, tinha uma deslocação de avião para a Nova Zelândia para assistir à estreia da seleção portuguesa no mundial de futebol feminino.
A meio de agosto, o Presidente da República comunicou que haveria nova reunião do Conselho de Estado no início de setembro para terminar a reunião anterior.
Em declarações a partir do Algarve, onde passou férias, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que na reunião de 21 de julho, após terem falado todos os conselheiros de Estado, "ficou pendente" uma eventual intervenção final do primeiro-ministro, assim como a sua habitual "intervenção de fecho". ( do sapo 24 actualidade)
Actualização às 20h: O 31.º Conselho de Estado concluiu hoje, com uma segunda reunião. Foram cerca de três horas, em clima tenso. Conselheiros elogiaram visita do Presidente da República à Ucrânia.Segundo o jornal Espresso, a segunda reunião deste Conselho de Estado decorreu num clima mais tenso, onde o primeiro-ministro António Costa não falou. ( do sapo 24 actualidade)
Também de hoje temos a seguinte situação: Os tribunais estão parados desde o início da manhã em todo o país devido a uma falha do sistema informático Citius. Segundo o Sindicato de Funcionários Judiciais (SFJ), o problema verifica-se "de norte a sul" e registava-se desde as 09:00, de acordo a secretária regional de Lisboa do SFJ, Regina Soares. O Ministério da Justiça adiantou que está a avaliar "soluções provisórias" para repor o funcionamento do sistema informático dos tribunais, que se encontra inoperacional desde hoje de manhã e já obrigou ao adiamento de julgamentos e diligências.(do sapo actualidade)
O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) reconheceu igualmente a paralisação da atividade esta manhã devido à questão informática, depois de os primeiros dois dias após o final das férias judiciais já terem sido de constrangimentos nos tribunais por causa das greves dos funcionários judiciais.
Está tudo parado desde manhã. Tinha referido que por causa da greve estava suspensa a justiça em Portugal e o Ministério da Justiça vem confirmar isso. Isto não resulta da ação dos trabalhadores, resulta do Governo, que, ao não investir, permite isto", afirmou o presidente do SOJ, Carlos Almeida, que apelou ainda ao Conselho de Estado para se pronunciar sobre o estado do setor: "A justiça em Portugal está suspensa". Vejam lá,portanto, se resolvem isso que os funcionários judiciais querem fazer greve okay?Que é para ver se isto anda finalmente.
As grandes opções políticas são modeladas em função da sobrevivência dos protagonistas, das eleições e de interesses que nem sempre coincidem com as necessidades gerais.
Chateia que a existência quase só se adquira por via da projeção mediática, mas também que os interesses em presença possam determinar a maior ou menor relevância dos temas e realidades, sem capacidade para serem gerados filtros que permitam colocar as questões em perspetiva e efetuar juízos próprios. O país das dinâmicas positivas e negativas navega num conjunto de realidades, entre problemas e ambições, que só ganham lugar nas atenções gerais através da atenção mediática dada, sobretudo em registo de choque ou catástrofe. Até lá, as coisas vão fluindo, configuradas a uma espécie de destino, entre o fatalismo e a falta de consciência cívica para sermos mais exigentes nos direitos e deveres individuais e comunitários.
Foi assim com o abandono do território rural que se projetou nos incêndios de 2017 e se projeta todos os anos na ampliação de riscos sempre que o calor aperta. É assim com os imigrantes, a habitação, a saúde, os serviços públicos, a pobreza, a exclusão, as disfunções de funcionamento da sociedade e com um amplo conjunto de pendências por resolver no Portugal de Abril. Mas, é assim porquê?
Basicamente porque as grandes opções políticas são modeladas em função da sobrevivência dos protagonistas, das eleições e de interesses que nem sempre coincidem com as necessidades gerais; as atenções mediáticas que conferem relevância estão sujeitas a critérios nem sempre inteligíveis e o grau de exigência cívica, no exercício de direito ou no escrutínio, é demasiado baixo.
Não se compreende como é que uma realidade reiterada e disfuncional, não é considerada só porque ocorre pela mão de um determinado protagonista político, acontece num determinado território longe dos grandes centros urbanos ou toca uma comunidade sem peso eleitoral. Há realidades que não estão no radar dos decisores e dos media, logo não existem, mesmo que sejam vividos, sofridos e infernizados por seres humanos, em territórios de alegado desenvolvimento generalizado. Mais aqui https://ionline.sapo.pt/artigo/805648/o-que-nao-conta-nao-conta-ate-quando-?seccao=Opiniao_i
O texto a seguir é uma análise posterior(publicada no livro Crónicas e Cartas de Manuel de Portugal em 1976) à crónica originalmente publicada em 1 de Novembro de 1975 com o título "Carta Aberta ao Pacóvio Pagante" : "A indisciplina das Forças Armadas,em Novembro,atingia o auge da rebaldaria bandalhesca. Caído o Gonçalvismo procuravam os adeptos do "camarada" Vasco minar o que ainda restava daquilo que fora,em tempos,o Exército Português. Soldados de alpargatas,de lenço ao pescoço,cabelos desgrenhados,a vergonha de uma tropa fandanga que se pavoneava nas ruas alardeando um revolucionarismo de porcaria,um socialismo de pouca vergonha. Na zona do Intendente militares e prostitutas formavam,nas características do abandalhamento,um quadro digno de Zola. Havia unidades onde as ordens se discutiam em plenários sem fim. O povo pagava esta opereta de cordel,este espectáculo de bonifrates fardados. Surgiu,deste modo,a "Carta ao Pacóvio Pagante",ao Zé Povo que alomba,que geme,que paga e que sofre. Não sabe o povo que o Grémio Literário que servia Lagosta Thermidor ao sr Tenreiro,cozinhava agora Linguado au Meunier para o sr Rosa Coutinho. Mas o povo pressentia,aqui e além,que houvera uma revolução que em nada o beneficiaria em termos de valores reais para lhe satisfazer as necessidades básicas. Os hospitais eram os mesmos,mas com menos médicos, Os géneros encareciam ou rareavam. As escolas ou não abriam,ou ensinavam pouco. Dizia-me um economista sueco que "nunca tinha visto um Povo caminhar tão alegremente para uma bancarrota suicida". O que era verdade. Não sei se haverá alguém capaz de calcular os milhões de horas de trabalho que se perderam,inutilmente,em plenários sem fim.Falava-se muito na independência nacional. Esquecendo que a primeira independência nacional é a independência económica.E esta só se obtém com o trabalho da grei. Não é assim sr Professor Sousa Franco?Os mais capazes,os mais sérios,os mais trabalhadores assistiam revoltados ao batuque grotesco de uma minoria barulhenta que falava,falava,falava. Gastámos em perdigotos,em cuspo e em chorrilhos de asneiras,milhões e milhões de contos. Rico e perdulário País. Pediu-me o Salazar sacrifícios e para "produzir e poupar". Para o futuro. Pediu-me o "camarada" Vasco mais sacrifícios e que entrasse na "Batalha da Produção". Para garante do porvir da "feliz sociedade socialista". Canta-me o Pinheiro de Azevedo a música das "medidas de austeridade" e do "trabalhar mais e comer menos".Para sobrevivermos. Que geração,que século,que País. Ao que chegámos...