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Mundo Novo

Sexta-feira, 11.11.22

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Com o globalismo não assitimos à implementação de um regime de "socialismo real" nem coisa parecida,mas ao sonho de todos os materialistas,entre os que também se conta o socialismo: a destruição das identidades,pessoais e colectivas.O globalismo representa e implica a privatização do público. O Estado é reduzido à condição de servidor das grandes corporações,tornando-se,agora sim,tirânico.A nação à qual deve servir é ignorada,de forma deliberada,porque agora o objectivo do Estado é,precisamente,o de destruir a nação como veículo de uma identidade.Bastaria que reparássemos no caso de Espanha,onde a nação tem vindo a ser desmantelada às mãos do Estado desde há décadas.Por isso a eliminação de fronteiras não é tanto um objectivo em si quanto um meio para construir um novo mundo para as elites globalistas.É isto marxismo cultural?Em grande medida.Apesar daqueles que mistificaram a expressão,a filosofia que nutre a raíz do globalismo e da ideologia de género tem sem dúvida muito de marxismo cultural.No momento de construir a crítica a este assunto há dois erros,que podemos chamar de esquerda e de direita: este último é cometido pelos que insistem em que o carácter marxista cultural do globalismo sugere que o seu triunfo nos levaria â União Soviética.Por outro lado,o erro de esquerda comete-o quem defende que,uma vez que não se produzirá uma recriação da União Soviética,não se pode tratar de marxismo cultural.Ambos erram,porque não concebem que o marxismo cultural,sendo-o,pode estar ao serviço de um projecto ultra-liberal e de capitalismo transnacional globalista. O carácter revolucionário do capitalismo é na verdade demolidor; nada abalou tanto a ordem mundial como o capitalismo.Nada destruiu as bases do Antigo Regime como o capitalismo e nada erradicou as tradições,a identidade e a cultura das nações como o capitalismo. Basta observar os países europeus: os diferentes graus de decadência que atingem a Europa de leste e do Oeste. Países submetidos durante quatro décadas a regimes comunistas apresentam um nível de saúde social muito superior aos que "disfrutaram" do capitalismo durante esse mesmo tempo. A negação da própria identidade,a subversão antropológica, a rejeição da própria natureza humana: nada disso se dá nas nações antes submetidas ao jugo comunista,enquanto é o pão de cada dia nos países ocidentais. Ao contrário do que se tentou no mundo do Leste desde os anos cinquenta,o marxismo ocidental converteu o socialismo possível num socialismo de rosto transumano.E que,pela sua transumanidade,não levanta dificuldade alguma aos interesses do capitalismo transnacional e acima de tudo,serve o globalismo." (do livro "Acorde" de Fernando Paz )

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publicado por O apartidário às 20:25





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