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Os Vulneráveis de Sexta Feira

Quarta-feira, 29.03.23

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Sexta-feira, 24 de Março de 2023. O ministro das Finanças apresenta uma série de medidas rotuladas de apoio às famílias mais vulneráveis – 30 euros por mês ao longo de 2023 – medidas estas que sucedem ao apoio extraordinário de 240 euros para famílias mais vulneráveis de Dezembro passado que por sua vez sucedeu ao apoio de 60 euros atribuído às famílias mais vulneráveis em Julho de 2022 que por sua vez tinha sido antecedido pelo apoio extraordinário para as famílias mais vulneráveis decidido em Março

A cada um deste anúncios sucedem-se horas de comentários sobre a dimensão dos "apoios dados aos mais vulneráveis", expressão que em si mesma dá conta de como algures se trocou em Portugal a esperança de viver melhor por uma espécie de vida assistida, o vulnerabilismo. Sim, entre a concepção assistencialista dos pobrezinhos de Marcelo Rebelo de Sousa e a fé estatista de António Costa de que deitando dinheiro para cima dos problema e das pessoas tudo se resolve, acabámos no vulnerabilismo, essa nova face do assistencialismo-socialista em que o governo não se destaca pela forma como governa mas sim pelo que "dá aos mais vulneráveis".

Mas quem são os "mais vulneráveis"? Em Março de 2022 eram as 762 mil famílias " beneficiárias da tarifa social de eletricidade" que por sua vez era atribuída a quem provasse já receber outros apoios como o complemento solidário para idosos; rendimento social de inserção; prestações de desemprego; abono de família… Em Março de 2023, são mais do dobro: 1,7 milhões de agregados familiares. Mas em Outubro de 2022, a vulnerabilidade chegou a quem ganhava até 2700 euros brutos por mês e graças a essa vulnerabilidade teve direito a um apoio de 125 euros.

Os vulneráveis não são apenas pobres. Os pobres eram pobres porque a sociedade era injusta e os governos maus. Sobretudo, um pobre tinha o direito de não ser pobre. Os vulneráveis ao contrário dos pobres não só nunca se libertam desse estatuto como ele se agrava e alarga a cada novo facto, seja ele bom ou mau. Há também que ter em conta que para cada vulnerabilidade há uma política pública à espera de ser aplicada, um governante com um plano, um activista com a sua causa devidamente patrocinada.

Os pobres podiam aspirar a deixar de ser pobres porque mudavam de trabalho, de sítio, porque emigravam, porque votavam noutros políticos. Já os vulneráveis são como folhas de árvore que a cada reviravolta do vento são atirados para mais longe. Só a bondade de quem detém o poder os protege da hostilidade do mundo. Logo, qualquer mudança, seja de quem governa, seja na sua própria vida, é vista como uma ameaça a essa sequência de apoios que, qual carrossel de dominós, se pode desmoronar se o governo mudar, se mudar de emprego, se mudar de casa.

Os pobres deixavam de ser pobres se o poder mudasse. Os vulneráveis, antes pelo contrário, temem que o poder mude.  Os vulneráveis são o pobrezinho das sextas-feiras dos tempos pretéritos, ou, para quem preferir a versão literária, o pobre da menina Teresinha de uma crónica de Lobo Antunes, com a substancial diferença que a menina Teresinha não se candidatara a governar o país. E aqui chegamos ao outro lado do vulnerabilismo, o de quem governa os vulneráveis.

Quanto mais o governo falha mais aposta na distribuição de apoios aos mais vulneráveis. Afinal é tão mais fácil e popular anunciar transferências automáticas (cuja eficácia ninguém pode questionar porque são para os mais vulneráveis!) do que governar de facto. E, contudo, todos os dias a ineficácia dos governos de António Costa contribui não só para que os vulneráveis fiquem mais vulneráveis (leia-se dependentes de quem governa) como também para a vulnerabilização da sociedade. ( do Observador por Helena Matos, ou em noticias myweb vodafone pt) 

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publicado por O apartidário às 16:02

O Teatro da Política (ou a política comediante)

Segunda-feira, 27.03.23

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22434722_6C904.jpegAlguém se lembra disto? Agora não generalizem está bem? Que isto terá sido apenas um caso isolado (segundo consta pelo menos).

„Os políticos são como fraldas: eles devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão“ —  Mark Twain

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publicado por O apartidário às 11:25

Macacadas Modernas

Quarta-feira, 22.03.23

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Do blog O Fim da Macacada https://macacada111.blogspot.com 

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Continuação do artigo do Observador no post O Mundo ao Contrário:

Gradualmente, cavalgando a vitimização alheia, os neo-fascistas do pensamento único — o deles, naturalmente — vão semeando o ódio. Como fuinhas que são, lançam a confusão da discórdia sobre todos — e contra todos. No entanto, porque nem todos os não-caucasianos são mulheres, tal como nem todas as mulheres são homossexuais, ou sequer os homossexuais são desta ou da outra minoria, logo inevitavelmente acabaremos todos etiquetados com conceitos de vitimização e de opressão em simultâneo, levando a divisão e o conflito já para dentro das próprias pessoas que agora agonizam, em pânico, sob a suspeita de se descobrirem a si mesmas como meliantes não-virtuosas, racistas, xenófobas, homofóbicas e chauvinistas-machistas, desgraçados prontos para serem expostos e “cancelados” pelas hordas de selvagens digitais no pelourinho da praça pública cibernética.

Pelo caminho, que se aumentem os impostos para financiar a miríade de agências não governamentais que, de bolsos fundos e mãos sempre estendidas, sobrevivem através do perpétuo subsídio e do financiamento dos grandes “filantropos” globais que, de avião privado, discutem anualmente em Davos como devemos todos bem comer, respirar, viver ou fornicar. E que se aumentem também ainda mais os impostos para contratar mais gente para infiltrar as infinitas repartições estatais sempre prontas a regulamentar e fiscalizar a virtude comportamental da sociedade para impor, agora com força de lei, os novos bons costumes, em particular na escola onde professores mais afoitos já se dedicam a indagar adolescentes pré-pubescentes sobre as preferências e experiências sexuais de cada aluno — no final, berram-nos às orelhas, é tudo para o nosso bem.

Tal como também, numa Academia progressivamente destruída e incapaz de gerar conhecimento para além de um passivo decorar do chavão virtuoso da moda, se aumentam ainda mais os impostos para criar mais e mais cursos inúteis, pejados de docentes inúteis, para preparar mais docentes inúteis peritos apenas em sacar mais subsídios de investigação “científica”, ou em inventar profissões igualmente inúteis, mas virtuosas, “boas”, capazes, por exemplo, de estudar o impacto das “alterações climáticas” nos níveis de stress dos casais queer ou, porque não, dissertar — literalmente, como mestre ou doutorado — sobre os vis malefícios dos beijinhos das avós nas criancinhas.

No entanto, porque não param de aumentar o número, e a qualidade, das vítimas, tudo gente com direito a uma “justa” compensação pelo seu terrível sofrimento, bem como, correspondentemente, cresce também a quantidade de opressores, estes com o dever de expiação da sua intrínseca injustiça, naturalmente o único destino desta “narrativa” será sempre o conflito permanente de todos contra todos. Nessa guerra, como aliás Hobbes já explicou há muito, revelar-se-á a verdadeira agenda que alimenta, e financia, esses pseudo-iluminados, verdadeiros idiotas úteis que pela sua estupidez disfarçada de virtude social, histericamente, vêm dividir para outrem reinar: é que num mundo em caos apenas um soberano todo-poderoso poderá colocar ordem e garantir a justiça para todos. Quem? Ora bem, o Estado, naturalmente, aquela abstracção que os optimistas imaginam como sendo supra-humana, portanto neutra, justa e proto-divina.

No final, feitas as contas, o objectivo máximo que o revolucionário activista, mesmo que não o saiba, vai ajudando a implementar a coberto do discurso arco-íris da justiça social, em poucas palavras, traduz-se de uma forma simples na adaptação de fórmula já bem conhecida: tudo na verdade científica e politicamente correcta, nada contra a verdade científica e politicamente correcta, tudo pela verdade científica politicamente correcta — o fascismo do bem, pois então.

A única defesa contra este novo fascismo, como, aliás, deveria ser evidente para qualquer pessoa que ainda retenha um mínimo de senso, será sempre a intransigente defesa da igualdade de todos perante a lei, o princípio maior que em nome da mentira e da aldrabice vêm estes revolucionários de vão de escada pretender revogar — infelizmente, infantes ignorantes não costumam alcançar as consequências dos seus actos. E essa é a verdadeira história do movimento “woke”: um arregimentado de mimados infantis que, perante um mundo complexo, árduo, difícil e largamente incompreensível, ressentidos pela sua própria inadequação social, preferem acreditar no canto da sereia que, mesmo impelindo para os penhascos, lhes vende a ilusão do outro lado se encontrar um admirável mundo novo, perfeito, onde se pode ter tudo, e ser tudo, sem esforço, agruras ou risco — o “safe space”. Apenas que esse mundo não existe, “do outro lado” apenas esperam os destroços dos incautos que embalarem neste devaneio próprio de criancinhas.

É por esta razão que tudo o que se torna woke acaba em fanicos. Desde as empresas que deixam de se preocupar em fazer e vender produtos que as pessoas gostem e desejem para, ao invés, pretenderem fazer “justiça social”, passando pelos filmes e séries que deixam de ser obras de arte para serem “inclusivos” e passarem uma “mensagem importante” — outros termos para propaganda — e que fracassam olimpicamente nas bilheteiras, terminando nas próprias fundações da sociedade progressivamente pervertidas, tudo o que é woke acaba destruído: veja-se como em nome do combate ao racismo se apregoa agora a discriminação racial que, em função da raça, beneficia uns e prejudica outros, tal como em nome da igualdade sexual se impõe legalmente a discriminação sexual através de quotas, ou, também, como em nome do direito à igualdade se tira cada vez mais a uns para dar a outros. Woke, na realidade, não passa de um eufemismo para perversão daquilo que era bom e funcionava — e a sua consequente destruição.

Entretanto, lá atrás, à espreita, nos corredores das grandes corporações globais, em busca do lucro e do poder que sociedades progressivamente mais controladas garantem, espreitam os inimigos da liberdade, proto-destruidores do nosso modo de vida e mentirosos oportunistas que, semeando o ódio e a divisão, procuram eternizar-se no controlo de uma sociedade atomizada, sem freios aos poderes que são, despojada de corpos intermédios, e que, de outro modo, longe da cantilena detestável do “politicamente correcto” que tudo verga à sua vontade, funcionando em verdadeira e saudável liberdade, lhes imporia a virtuosa concorrência com a qual, ao longo dos anos, nos habituámos a livrar-nos eficiente e ciclicamente do parasitismo social, económico e político.

Infelizmente, através do financiamento que dinheiro inventado e infinito permite distribuir pelos estados e pela guarda avançada da nova moral que cooptou a esquerda cultural, os senhores que mandam fintaram os três adversários da sua perpetuação no poder: a crítica social, a concorrência económica e a igualdade das regras do jogo. Que a esquerda ufana dos direitos sociais e da protecção dos pobres e oprimidos contra os todo-poderosos interesses do grande capital se tenha tornado na maior defensora dos oligarcas que tudo comandam é apenas ridículo — e mais um grande sinal como neste triste mundo palhaço em que nos vemos enfiados tudo normalmente significa o seu exacto contrário.

 
 Nuno Lebreiro no Observador
 https://observador.pt/opiniao/um-mundo-ao-contrario/
 

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https://wikispooks.com/wiki/Bilderberg/2023

 

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publicado por O apartidário às 16:08

Xi Jinping em Moscovo

Segunda-feira, 20.03.23

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O presidente chinês, Xi Jinping, inicia hoje uma visita oficial de três dias à Rússia, com um almoço informal com o seu anfitrião, Vladimir Putin.

Segundo o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, depois do encontro "cara a cara" de hoje, entre dois líderes que têm vindo a estreitar relações e a partilhar críticas aos países ocidentais, na terça-feira será o "dia das negociações" e em que Putin e Xi vão dar uma conferência de imprensa conjunta.

Os dois líderes reuniram-se pela última vez em setembro passado, à margem da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), no Uzbequistão. Xi expressou então a Putin "questões e preocupações" sobre a guerra na Ucrânia, de acordo com o presidente russo.

A China afirmou ser neutra no conflito, mas um mês antes da invasão, Xi e Putin proclamaram uma "amizade sem limites", na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim.

Pequim recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia, mas condenou a imposição de sanções a Moscovo e acusou o Ocidente de provocar o conflito e "alimentar as chamas", ao fornecer à Ucrânia armas para sua defesa.

O país asiático considera a parceria com Moscovo fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.

As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se também rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China.

Numa proposta para a paz com 12 pontos, divulgada no mês passado, Pequim destacou a importância de "respeitar a soberania de todos os países", numa referência à Ucrânia, e apelou ao fim da "mentalidade da Guerra Fria", numa crítica implícita ao alargamento da NATO.

Há 10 anos, mais precisamente no dia 21 de março de 2013, o Presidente chinês, que acabara de ser eleito para o seu primeiro mandato, escolheu a Rússia para a sua primeira visita oficial.

Agora, no início de um inédito terceiro mandato, aterrará em Moscovo para se encontrar com Putin, pouco tempo depois de se marcar o primeiro ano da invasão russa da Ucrânia.

Os Estados Unidos estão preocupados com a possibilidade de Xi reiterar a proposta chinesa de um cessar-fogo, durante o seu encontro com Putin, uma hipótese que Washington considera que apenas serviria para a Rússia consolidar os avanços que tem feito no campo de batalha.

John Kirby, um dos porta-vozes da Casa Branca, disse na sexta-feira que guerra deve terminar "de forma justa", respeitando a soberania territorial da Ucrânia e sugeriu que Xi deve também falar com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, telefonicamente, para procurar obter a perspetiva deste sobre o conflito e não apenas a de Putin.

O "plano de paz" chinês não prevê qualquer retirada de forças russas de território ucraniano, nem define a Rússia como invasor.

Há um mês, os Estados Unidos acusaram a China de estar a preparar-se para enviar armas para a Rússia.

Na quinta-feira, uma investigação jornalística feita pelo jornal norte-americano Politico, baseada em documentos comerciais e alfandegários, revelou que empresas chinesas estão a fornecer armas e outro material militar a organizações russas

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publicado por O apartidário às 13:13

No Mar e Em Terra (ou vice-versa)

Sábado, 18.03.23

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Nunca o Estado empregou tanta gente, cobrou tantos impostos, recebeu tantos subsídios estrangeiros, e gastou tanto dinheiro. Mas nada parece suficiente para vigiar os mares e ensinar os jovens.

17 mar. 2023, 00:21 Precisamos de falar do PS, artigo no Observador 

Desta vez, foi um barco da marinha de guerra. Mandaram-no seguir um navio russo perto da Madeira. Não seguiu. Metia água. Sargentos e praças recusaram-se a navegar nessas condições. A hierarquia ameaça-os agora com a fúria dos regulamentos. Sem perceber, dá-lhes razão, porque alguma coisa deveria estar muito avariada no barco para os seus tripulantes preferirem o risco das penas disciplinares. Isto passou-se no mar. Em terra, é a “escola pública” que vai à vela, como se dizia antigamente. Entre os confinamentos do Covid e as greves dos professores, estamos a descobrir que algumas gerações dependentes das escolas do Estado não tiveram, em anos cruciais para o seu aproveitamento escolar, a preparação que deveriam ter tido. Pior: a crise do sistema faz temer que essas faltas nunca venham a ser recuperadas. Podíamos falar ainda das demoras dos tribunais, agora aumentadas pela greve dos oficiais de justiça, ou das épicas listas de espera do SNS e da mortalidade excessiva que permitiu. A conclusão seria a mesma: temos em Portugal um Estado em que não podemos confiar para exercer as funções de soberania, ou para garantir serviços públicos.
E no entanto, este Estado é o maior de sempre. Nunca, na história de Portugal, o Estado empregou tanta gente, cobrou tantos impostos, recebeu tantos subsídios estrangeiros, e gastou tanto dinheiro. Acontece que nada disso parece suficiente para vigiar os mares, ensinar os jovens, ou prevenir mortes evitáveis. Nestas circunstâncias, qual deveria ser a prioridade de um governo? Talvez reformar e mudar o que fosse necessário para o Estado cumprir as suas missões de soberania e assegurar, sozinho ou em parceria, os serviços públicos. Por exemplo, tirar a água dos barcos e meter os alunos nas escolas. É isso que os governantes socialistas estão a fazer? Não.
Para os socialistas no poder, a prioridade é outra: perseguir os portugueses que se dedicam às poucas actividades que prosperaram nas últimas décadas, como o alojamento turístico ou o retalho alimentar. O método é sempre o mesmo. Agarra-se num problema, e atira-se as culpas para cima dos empreendedores. Não há casas baratas no centro de Lisboa? A responsabilidade é do “alojamento local”. É preciso sufocá-lo com impostos e regulamentos. Os preços dos alimentos sobem? São os supermercados que fazem “especulação”. É preciso inundá-los de agentes da ASAE. Alguém acredita nisto? Alguém acredita que com polícia nos supermercados tudo ficará mais barato? Alguém acredita que o Estado, que não consegue tirar a água dos seus barcos nem manter as suas escolas abertas, vai arranjar casas para todos e baixar o preço do leite? Mas a oligarquia socialista precisa da agitação. É um velho truque dos poderes em decadência: encontrarem uma razão de ser na resistência a inimigos imaginários, com que metem medo à população.

Rui Ramos no Observador ,ou em noticias.myweb.vodafone.pt nos artigos de opiniāo

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publicado por O apartidário às 09:26

E Assim Vai,Ou Então Não(estranhos tempos estes)

Sexta-feira, 17.03.23

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Entretanto os 13 marinheiros do navio Mondego foram hoje recebidos como heróis em Lisboa, os quais, ao contrário dos heróis navegadores dos séculos 15 e 16 (que arriscavam a vida em navios de madeira em tempestades de alto mar) o serão, pelo que dizem as crónicas, por se negarem a navegar. Estranhos tempos estes. 

 

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publicado por O apartidário às 11:20

O Estado a que Chegámos (em vias de afundamento)

Terça-feira, 14.03.23

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O presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS) considerou hoje que as anomalias do navio que falhou uma missão a norte do Porto Santo porque 13 elementos recusaram embarcar por questões de segurança representavam “grave risco” para a tripulação.

O NRP Mondego não cumpriu no sábado à noite uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha do Porto Santo, na Madeira, pois 13 elementos (quatro sargentos e nove praças do navio) recusaram embarcar por razões de segurança.

Contactado pela Lusa, o presidente da ANS, Lima Coelho, disse que os elementos em causa já tinham alertado para diversas anomalias do navio e sublinhou: “isto não foi uma crise no momento, foi fruto de muitas situações já vividas a bordo”.

Em declarações à Lusa, o responsável criticou a posição assumida pela Marinha – que considerou que os 13 operacionais não cumpriram os deveres militares e usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos assumidos -, considerando que “não se pode matar o mensageiro”. ( do sapo actualidade) 

Entretanto em terra  também não vai nada bem :

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José Sócrates em 2007, ao cometer uma “gafe”, pediu a todos o esforço por um país mais pobre. Passaram 16 anos, e nós, como povo prestável que somos, temos cumprido à risca o pedido então deixado.

13 mar. 2023, 00:01 no Observador artigo de opiniāo

“Quero deixar-vos também uma palavra de confiança em vós, nas vossas famílias e a certeza de que cada um de vós dará o seu melhor para um país mais justo, para um país mais pobre…”. Palavras de José Sócrates em maio de 2007, que, ao cometer uma “gafe”, pediu a todos o esforço por um país mais… pobre. (Caso não se recorde deste delicioso momento da política nacional, pare a sua leitura e veja o vídeo, duas ou três vezes, recomponha a compostura e prossiga então). Na verdade, este foi, sem sombra de dúvida, o momento mais honesto de José Sócrates, e, porque segundo o ditado “Quem diz a verdade não merece castigo”, ainda hoje, graças a esta frase, está em liberdade. Ora, facto é que passaram 16 anos e nós, portugueses, como povo simpático e prestável que somos, temos cumprido à risca o pedido então deixado. Mas como nós não somos só portugueses, somos bons portuguesinhos, as coisas são para se irem fazendo, na maior das calmas, não há cá pressas.
Como tal, em 2011 elegemos um governo mais à direita, que a princípio até parecia levar-nos na direção pretendida, mas com o passar do tempo ficava a impressão de que afinal se dava uma recuperação económica de certo modo até milagrosa. O que nos valeu foi que os mais astutos de entre nós começaram a sentir o odor a perfume e a marisco e, a tempo, demos uma maioria à esquerda portuguesa: PS, BE e PCP formaram assim uma “geringonça” de pobreza e rapidamente podemos voltar a sentir o cheiro a peúgas e a caldo verde com cinco dias. Entretanto pôs-se uma pandemia pelo meio e, como as três principais vias para a pobreza não se entendiam, decidimos optar pela via original, que é também mais longa e demorada que as outras duas. E nela temos continuado o nosso bonito percurso até um país mais pobre. Atualmente casas há poucas, transportes tão pouco, educação só para uns quantos, saúde vamos tendo, o dia em que não a tivermos é o dia em que partimos para um mundo melhor, a justiça é lenta e demorada. Alimentos ainda os há nas prateleiras, mas o que trazemos para casa é cada vez menos. O que interessa mesmo é não parar. Remamos e remamos o nosso barquinho, afinal somos também um povo de marinheiros, o nosso capitão vai dizendo uns disparates como: “Portugal nunca cresceu tanto como nos dias de hoje” e coisas parecidas, mas nós já nem lhe ligamos, não só porque vemos de facto um país mais pobre à nossa frente, mas também porque ele nem sequer vai no barco connosco, ficou em terra com os seus familiares e amigos, que nos mandam cada dia remar mais, e com mais força, enquanto comem as sobras do marisco e se besuntam em perfume.


António Azevedo Lima no Observador

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publicado por O apartidário às 11:49

Sete Anos de TV Marcelo (quase tudo em quase todo o lado, ou por cá nada de novo)

Domingo, 12.03.23

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Sete anos de TV Marcelo

Acreditem em mim: quando anda à noite pelo Palácio de Belém a meditar sobre a sua popularidade, Marcelo Rebelo de Sousa não compara a sua excelentíssima pessoa com Ramalho Eanes, com Mário Soares ou com Cavaco Silva – compara-a com Cristina Ferreira e com Ricardo Araújo Pereira. Na cabeça do Presidente da República, e ao contrário do que pensam alguns comentadores políticos, essa equivalência não tem a ver com os níveis de aprovação de cada um deles. Nada disso: não é uma questão de números de popularidade, é uma questão de tipo de popularidade.

Esta é a chave para entender o comportamento de Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República. Quando olha para um dos muitos espelhos dourados do Palácio de Belém, Marcelo não vê um político – vê uma estrela da televisão. Ao longo destes sete anos, a ligação que tentou estabelecer com os portugueses não foi racional, foi emocional. Por um motivo simples: a relação de confiança entre um político e o eleitorado oscila com as decisões controversas, com os ciclos políticos e com os atos eleitorais; já a relação de confiança entre uma estrela da televisão e os telespectadores prolonga-se durante décadas e sobrevive a deslizes e a escândalos.

O mistério da hiperatividade mediática de Marcelo Rebelo de Sousa fica resolvido quando se percebe isso. Subitamente, tudo se torna claro: um político que entra em casa dos eleitores todos os dias é um amador; uma estrela da televisão que entra em casa dos telespectadores todos os dias é um profissional.

Infelizmente para o Presidente da República, o final da sua carreira aproxima-se a uma estonteante velocidade. Basta olhar para o calendário, como faz sempre o comentador Marcelo. O seu sucessor toma posse a 9 de março 2026. As eleições são em Janeiro de 2026. O atual Presidente, como lembrou na entrevista que assinalou os sete anos de mandato, perde o poder de dissolução a 9 de setembro de 2025. E pelo menos um ano antes disso, a seguir às férias de Verão de 2024, toda a gente estará já a pensar em quem se poderá candidatar ao cargo, à direita e à esquerda. Como estamos agora em Março de 2023, isso quer dizer que, daqui a apenas um ano e meio, Marcelo começará a perder o seu poder, a sua influência e a sua relevância.

Hoje, Marcelo Rebelo de Sousa tem sempre trinta microfones à sua espera. Em setembro de 2024 serão vinte. Em setembro de 2025 serão dez. E em março de 2026 será apenas um, que utilizará para se despedir definitivamente do cargo. No dia 9 desse mês, a TV Marcelo deixa de emitir. Até lá, como se percebeu com a entrevista desta semana, Marcelo Rebelo de Sousa quer aproveitar todas as oportunidades para continuar a ser a estrela que partilha o palco, as luzes e o aplauso com Cristina Ferreira e com Ricardo Araújo Pereira. Na verdade, é o que ele sempre quis.

Miguel Pinheiro há 1 dia no Observador,ou em noticias.myweb.vodafone. pt 

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publicado por O apartidário às 13:17

O Planeta Plastificado

Sexta-feira, 10.03.23

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A poluição plástica nos oceanos no mundo atinge “níveis sem precedentes” há 15 anos, de acordo com um estudo que insta as autoridades a concluírem o tratado internacional, previsto para 2024, que pretende salvar o planeta deste lixo.

A investigação, publicada na quarta-feira na revista norte-americana PLOS One, estima que 170.000 biliões de pedaços de plástico na superfície dos oceanos, principalmente microplásticos, foram despejados no mar desde 2005.

O peso total destes plásticos representa 2,3 milhões de toneladas, realça o estudo.

Esta poluição "atingiu níveis sem precedentes nos últimos 15 anos", alerta este relatório que considera as estimativas anteriores subestimadas e prevê mesmo uma aceleração do fenómeno se nada for feito para o solucionar. Mais no link 

https://lifestyle.sapo.pt/vida-e-carreira/ecologia/artigos/poluicao-plastica-atinge-niveis-sem-precedentes-ha-15-anos-no-mundo

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publicado por O apartidário às 12:29

Siga a "Marinha" e o Circo

Segunda-feira, 06.03.23

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Um primeiro-ministro que acenava aos comboios

Para quem já reparou no estado caótico do trânsito em Lisboa sugiro a leitura desta nota no portal do governo. Data de 2019 e, nessa altura, o trânsito fluía tão bem que os problemas eram outros: faltava um mês para as eleições europeias e seis para as legislativas, de modo que era preciso criar uma dinâmica ainda mais optimista. Uma das soluções encontradas foi a redução do preço dos passes sociais na Área Metropolitana de Lisboa para 40 euros por mês, comboios incluídos. Claro que se mencionaram outras razões, como "aumentar o uso do transporte público, reduzir as emissões de CO2, descarbonizar a economia e enfrentarmos as alterações climáticas". Eram todas óptimas e louváveis. Pena foi que se pensou em tudo menos nas pessoas que utilizam esses transportes públicos. Foi decretada a redução dos preços e isso bastou, a par com a travagem da privatização da Carris, do Metro de Lisboa e dos transportes colectivos do Porto.
É sintomático da leitura da dita nota que a única referência aos passageiros, ao seu conforto ou ao cumprimento dos horários seja para, perante a ineficiência, percebermos "do que estamos a falar para não deitarmos fora o bebé com a água do banho". O bebé deviam ser as orientações governamentais para o sector, um valor mais alto que se levanta e que se impõe ao bem-estar dos passageiros. É curioso como a abstracção de boas intenções permite que os privilegiados vejam os outros como um grupo de gente, povo, e não como pessoas concretas que são. É curioso, mas verdade seja dita que o fenómeno não é de agora. Esse foi até um dos vícios a que a democracia liberal quis pôr termo. Nem sempre com sucesso, como se vê.
Era fácil perceber que a redução do custo dos passes sociais ia correr mal. Bastava colocar as perguntas certas e suspeitar um bocadinho da boa-fé socialista. Até eu, que não percebo nada de transportes públicos, me questionei sobre o barrete da redução dos preços dos passes sociais. E nem deu assim tanto trabalho. Na verdade, não havia estudos que levassem a crer que os portugueses iam trocar o automóvel pelos transportes públicos; tão pouco haveria investimento dos operadores, pois o Estado já lhes tinha garantido o pagamento devido, independentemente do aumento da procura. Pelo contrário, tudo indicava que a forma como seria implementada a redução do preço dos passes sociais ia levar a um desinvestimento no sector e a uma deterioração dos serviços prestados. Houve quem avisasse que os autocarros e os comboios iam ficar sobrelotados, mas praticamente ninguém fez caso disso. As europeias eram daí a um mês e as legislativas daí a 6. Havia muita coisa em jogo.
Entretanto, chegámos a 2023 e o mês de Março começou com uma notícia estranha. No final da tarde do primeiro dia, os passageiros de um comboio da linha de Sintra tiveram de ser retirados das carruagens porque se sentiram mal e accionaram o alarme. A PSP compareceu no local e afirmou que as carruagens estavam sobrelotadas. A CP, diga-se que prontamente, corrigiu essa observação para ''lotação completa''. Como seria de esperar o dedo foi de imediato apontado às greves convocadas. Não vou discutir se bem, se mal, se de acordo ou em violação das regras. A questão é outra: o investimento nas infra-estruturas não estava garantido?
Há um ano o governo extinguiu a parceria público-privada do hospital Beatriz Ângelo, em Loures. Bem ou mal, o hospital funcionava. O governo decidiu não renovar a parceria mesmo sabendo que essa decisão era mais cara e de eficiência duvidosa. Um ano depois o resultado é estarrecedor. Os utentes, as tais pessoas que as boas intenções abstractas não têm em conta, estão estupefactas com o fecho da urgência de pediatria. O desnorte socialista é tal que até o autarca do PS quer o regresso da parceria público-privada. Uma reviravolta semelhante à de Pedro Nuno Santos que, em Novembro de 2021, ofendia quem era a favor da privatização da TAP para, em Novembro de 2022, propor a privatização da mesma companhia aérea. No meio disto temos os truques a que nos habituámos: que o comboio de Sintra não estava sobrelotado, mas "circulava com lotação completa"; que o fecho da urgência pediátrica em Loures não se deve a falhas na gestão do hospital decorrentes do fim da PPP, mas "porque não há disponibilidade de profissionais"; que não há austeridade, mas "exigência". De certa forma nem há um governo, mas uma semântica. Não temos um primeiro-ministro, mas um senhor de cabelos brancos que anda pelo país do qual pouco sabe, não é responsável por nada e se limita a ser quem é. São pequenos grandes sinais que demonstram que no PS e no governo não se faz ideia do que se quer e do que se está por ali a fazer. Pedro Nuno Santos saiu quando percebeu que as tais pessoas concretas começavam a dar conta disso; Fernando Medina é menos afoito para tomadas de decisão desse tipo. Já António Costa, enfim, o tal senhor que anda por aí a acenar aos comboios não passa de António Costa.

André Abrantes Amaral há  2 dias no Observador, ou em noticias myweb vodafone pt 

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publicado por O apartidário às 13:17


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