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Este blog apenas reporta a realidade, sem seguir cartilhas políticas ou ideológicas, nem apoia extremismos de esquerda ou direita.Não toma partido em questões geo-políticas(sem deixar de condenar crimes de Guerra) .
Macacadas Modernas
Do blog O Fim da Macacada https://macacada111.blogspot.com
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Continuação do artigo do Observador no post O Mundo ao Contrário:
Gradualmente, cavalgando a vitimização alheia, os neo-fascistas do pensamento único — o deles, naturalmente — vão semeando o ódio. Como fuinhas que são, lançam a confusão da discórdia sobre todos — e contra todos. No entanto, porque nem todos os não-caucasianos são mulheres, tal como nem todas as mulheres são homossexuais, ou sequer os homossexuais são desta ou da outra minoria, logo inevitavelmente acabaremos todos etiquetados com conceitos de vitimização e de opressão em simultâneo, levando a divisão e o conflito já para dentro das próprias pessoas que agora agonizam, em pânico, sob a suspeita de se descobrirem a si mesmas como meliantes não-virtuosas, racistas, xenófobas, homofóbicas e chauvinistas-machistas, desgraçados prontos para serem expostos e “cancelados” pelas hordas de selvagens digitais no pelourinho da praça pública cibernética.
Pelo caminho, que se aumentem os impostos para financiar a miríade de agências não governamentais que, de bolsos fundos e mãos sempre estendidas, sobrevivem através do perpétuo subsídio e do financiamento dos grandes “filantropos” globais que, de avião privado, discutem anualmente em Davos como devemos todos bem comer, respirar, viver ou fornicar. E que se aumentem também ainda mais os impostos para contratar mais gente para infiltrar as infinitas repartições estatais sempre prontas a regulamentar e fiscalizar a virtude comportamental da sociedade para impor, agora com força de lei, os novos bons costumes, em particular na escola onde professores mais afoitos já se dedicam a indagar adolescentes pré-pubescentes sobre as preferências e experiências sexuais de cada aluno — no final, berram-nos às orelhas, é tudo para o nosso bem.
Tal como também, numa Academia progressivamente destruída e incapaz de gerar conhecimento para além de um passivo decorar do chavão virtuoso da moda, se aumentam ainda mais os impostos para criar mais e mais cursos inúteis, pejados de docentes inúteis, para preparar mais docentes inúteis peritos apenas em sacar mais subsídios de investigação “científica”, ou em inventar profissões igualmente inúteis, mas virtuosas, “boas”, capazes, por exemplo, de estudar o impacto das “alterações climáticas” nos níveis de stress dos casais queer ou, porque não, dissertar — literalmente, como mestre ou doutorado — sobre os vis malefícios dos beijinhos das avós nas criancinhas.
No entanto, porque não param de aumentar o número, e a qualidade, das vítimas, tudo gente com direito a uma “justa” compensação pelo seu terrível sofrimento, bem como, correspondentemente, cresce também a quantidade de opressores, estes com o dever de expiação da sua intrínseca injustiça, naturalmente o único destino desta “narrativa” será sempre o conflito permanente de todos contra todos. Nessa guerra, como aliás Hobbes já explicou há muito, revelar-se-á a verdadeira agenda que alimenta, e financia, esses pseudo-iluminados, verdadeiros idiotas úteis que pela sua estupidez disfarçada de virtude social, histericamente, vêm dividir para outrem reinar: é que num mundo em caos apenas um soberano todo-poderoso poderá colocar ordem e garantir a justiça para todos. Quem? Ora bem, o Estado, naturalmente, aquela abstracção que os optimistas imaginam como sendo supra-humana, portanto neutra, justa e proto-divina.
No final, feitas as contas, o objectivo máximo que o revolucionário activista, mesmo que não o saiba, vai ajudando a implementar a coberto do discurso arco-íris da justiça social, em poucas palavras, traduz-se de uma forma simples na adaptação de fórmula já bem conhecida: tudo na verdade científica e politicamente correcta, nada contra a verdade científica e politicamente correcta, tudo pela verdade científica politicamente correcta — o fascismo do bem, pois então.
A única defesa contra este novo fascismo, como, aliás, deveria ser evidente para qualquer pessoa que ainda retenha um mínimo de senso, será sempre a intransigente defesa da igualdade de todos perante a lei, o princípio maior que em nome da mentira e da aldrabice vêm estes revolucionários de vão de escada pretender revogar — infelizmente, infantes ignorantes não costumam alcançar as consequências dos seus actos. E essa é a verdadeira história do movimento “woke”: um arregimentado de mimados infantis que, perante um mundo complexo, árduo, difícil e largamente incompreensível, ressentidos pela sua própria inadequação social, preferem acreditar no canto da sereia que, mesmo impelindo para os penhascos, lhes vende a ilusão do outro lado se encontrar um admirável mundo novo, perfeito, onde se pode ter tudo, e ser tudo, sem esforço, agruras ou risco — o “safe space”. Apenas que esse mundo não existe, “do outro lado” apenas esperam os destroços dos incautos que embalarem neste devaneio próprio de criancinhas.
É por esta razão que tudo o que se torna woke acaba em fanicos. Desde as empresas que deixam de se preocupar em fazer e vender produtos que as pessoas gostem e desejem para, ao invés, pretenderem fazer “justiça social”, passando pelos filmes e séries que deixam de ser obras de arte para serem “inclusivos” e passarem uma “mensagem importante” — outros termos para propaganda — e que fracassam olimpicamente nas bilheteiras, terminando nas próprias fundações da sociedade progressivamente pervertidas, tudo o que é woke acaba destruído: veja-se como em nome do combate ao racismo se apregoa agora a discriminação racial que, em função da raça, beneficia uns e prejudica outros, tal como em nome da igualdade sexual se impõe legalmente a discriminação sexual através de quotas, ou, também, como em nome do direito à igualdade se tira cada vez mais a uns para dar a outros. Woke, na realidade, não passa de um eufemismo para perversão daquilo que era bom e funcionava — e a sua consequente destruição.
Entretanto, lá atrás, à espreita, nos corredores das grandes corporações globais, em busca do lucro e do poder que sociedades progressivamente mais controladas garantem, espreitam os inimigos da liberdade, proto-destruidores do nosso modo de vida e mentirosos oportunistas que, semeando o ódio e a divisão, procuram eternizar-se no controlo de uma sociedade atomizada, sem freios aos poderes que são, despojada de corpos intermédios, e que, de outro modo, longe da cantilena detestável do “politicamente correcto” que tudo verga à sua vontade, funcionando em verdadeira e saudável liberdade, lhes imporia a virtuosa concorrência com a qual, ao longo dos anos, nos habituámos a livrar-nos eficiente e ciclicamente do parasitismo social, económico e político.
Infelizmente, através do financiamento que dinheiro inventado e infinito permite distribuir pelos estados e pela guarda avançada da nova moral que cooptou a esquerda cultural, os senhores que mandam fintaram os três adversários da sua perpetuação no poder: a crítica social, a concorrência económica e a igualdade das regras do jogo. Que a esquerda ufana dos direitos sociais e da protecção dos pobres e oprimidos contra os todo-poderosos interesses do grande capital se tenha tornado na maior defensora dos oligarcas que tudo comandam é apenas ridículo — e mais um grande sinal como neste triste mundo palhaço em que nos vemos enfiados tudo normalmente significa o seu exacto contrário.
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