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A "Ética" Republicana Em Saldo

Domingo, 28.05.23

 

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Mas quando achamos que vemos tudo, há sempre um ponto morto que nos impede de ver o essencial. Estamos numa sala com reflexos côncavos e convexos, onde não há espelhos planos. Os governantes já não procuram soluções, eles gerem sentimentos e ressentimentos e nós, cidadãos, por vezes temos de escolher entre o que está certo e o que é mais fácil. ( do artigo de Luís Castro 'Começa a faltar pau para tanta cobra' no jornal Sol) 

Marcelo sobe a calçada

Não há político mais consciente das câmaras. Marcelo sabia que estava a ser filmado, o que não é o mesmo que dizer que soubesse o que estava a fazer. Digo-o com franqueza, tentando evitar o cinismo.

Foi há uma semana, mas a imagem não me sai da cabeça: o Presidente da República, sozinho, ou acompanhado apenas pela ajudante de campo (provavelmente, a isso obrigada por lei), ao fundo do plano dos canais de notícias, a tentar repor as pedras da calçada de um passeio de Belém com a ponta do sapato.

Não sei que vos diga. No café, à hora de almoço, a televisão transmitia aquilo em modo mudo e, em volta, todas as mesas entretidas na conversa e respectivas refeições. Procurei apoio ocular em vão. Nem um cúmplice. Nem uma testemunha mais com quem dividir a perplexidade. Alguém que dissesse: sim, estás a ver bem, amigo – e também eu não compreendo: um chefe de Estado, absolutamente consciente de estar a ser filmado, a tentar resolver com os pés um problema que não tiraria o sono ao presidente da junta, depois de, instantes antes, ter deixado o país suspenso sobre se iria demitir o Governo ou não.

O caso torna-se mais inquietante pela proximidade de um outro, ocorrido dias antes, do outro lado do mundo: a estrela de cinema e antigo governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, de charuto em punho e rodeado de amigos equipados com todo o equipamento necessário, câmara de filmar incluída, reparou um buraco da rua onde vive, enquanto debitava desabafos a quem passava sobre a necessidade de termos de ser “nós” a resolver os problemas, já que “eles” não fazem nada. Alguns media portugueses transmitiram a notícia com a candura comovente de “curiosidade do dia”, como se Arnie fosse mesmo e só o actor de cinema e não o actor político.

Alexandre Borges no Observador 

 

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publicado por O apartidário às 12:24

Uma Espécie de Democracia (ou um pântano Sis-témico)

Domingo, 21.05.23

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O Serviço de Informações de Segurança (SIS), apesar do nome pomposo, faz e trata de coisas corriqueiras. Banalidades, por isso. Tarefas sem importância. Foi como o primeiro-ministro viu a actuação da secreta no caso do computador. É capaz de ter razão. Se o SIS não tem nenhuma importância, então para que serve o Serviço de Informações da República (SIRP)?

https://visao.sapo.pt/opiniao/ponto-de-vista/linhas-direitas/2023-05-22-as-banalidades-do-sis/

O regular falecimento das instituições

A “oposição” insiste em exigir vigorosamente a demissão do professor Galamba. É o mesmo que confiscar um canivete a um gangue armado com bazucas.

O prestígio das instituições é fundamental”, diz o prof. Marcelo. O homem com certeza fala da Noruega. Em Portugal, com a cumplicidade de Sua Excelência, já não resta nada de institucional, e muito menos de prestigiado. O que há é o que se tem assistido, como na morte assistida, na novela da TAP: um Estado entregue a arruaceiros indignos do respeito necessário para administrar uma empresa unipessoal de missangas. Podia notar-se que a coisa se agrava de semana para semana. Não é preciso: é claro que a coisa se agrava, dado que a permissividade da semana anterior contamina a seguinte. E assim sucessivamente. Quando se deixa o “governo” (o conteúdo não corresponde ao conceito) em rédea livre, o “governo” tende a exibir a sua natureza com crescente nitidez. Se não se parar de cavar o fundo do poço, o poço não terá fundo.

Em benefício do rigor, não devemos engolir as declarações à CPI de Frederico Pinheiro, ex-adjunto do prestigiadíssimo professor Galamba, sem as confrontar com o pujante contraponto do seu antigo chefe e da chefe de gabinete deste, ambos com prestações firmes, genuínas, coerentes e sobretudo esclarecedoras.

Não, agora a sério: o depoimento do dr. Pinheiro não se limitou a mostrar o enorme buraco a que descemos: sugere que, na previsível falta de consequências, em breve o buraco será maior. Por enquanto, estamos no ponto em que o SIS serve os desvarios privados de “governantes”, inclusive mediante recurso a telefonemas ameaçadores a cidadãos incómodos. O ponto em que “governantes” oferecem socos à distância a adjuntos. O ponto em que adjuntos são encurralados e atacados no ministério por causa de informações pelos vistos impossíveis de copiar e confinadas a um único computador. O ponto em que, a somar às entidades oficiais e em cumprimento de ordens, inúmeros serviçais remunerados ou voluntários saem da toca a chamar impostor e desequilibrado ao adjunto que até há dias, e durante anos, era exemplo de lealdade. Não tarda estaremos noutro ponto, mais grotesco, mais irreversível, mais inimaginável. E se todos os acontecimentos, todos os métodos, todas as mentiras e toda a impunidade tresandam a ditadura de terceiro mundo, isso não é Impulse, e sim uma constatação óbvia de quem não vive no Twitter a glorificar o Líder.

 

 Alberto Gonçalves no Observador 

Para mais tarde recordar

O político: Cavaco Silva. O transeunte: Marcelo Rebelo de Sousa. O deslocalizado: António Costa. O amigo: Pedro Nuno Santos A minha chefe de gabinete: Eugénia Correia.

O político. Cavaco Silva. Há 38 anos Cavaco Silva ditou o fim do Bloco Central e recusou um PPD que se definisse em função do PS. Agora, em 2023, Cavaco Silva veio lembrar ao PSD que este é um partido de poder. E convenhamos que é preciso lembrar-lho! Mas não só. Cavaco veio também dizer o que de tão óbvio se torna doloroso enunciar porque nos torna cúmplices: o PS está a destruir as instituições e o regime.

Mas sendo certeira a análise do antigo primeiro-ministro, temos de admitir que o nosso maior problema é o pós-PS. Ou mais concretamente: Portugal ainda é reformável? O país de que Cavaco Silva se tornou primeiro-ministro em 1985 tinha inúmeros problemas mas era um país mais jovem, com uma classe média ou aspirante a tal disposta a defender o seu modelo de vida, com uma população não anestesiada pelos fundos europeus que nos permitem empobrecer sem grande dor, Era um país em que se queria viver melhor cá dentro. Hoje não só esse país que deu as maiorias a Cavaco Silva não existe como aquele que existe se acomodou ao declínio, aos apoios extraordinários, ao estado a todas as horas. Há 38 anos o socialismo que se estranhara no PREC ainda não se tinha entranhado na vida de todos os dias. Em 2023 o PS  tornou Portugal num pântano. E nós ainda sabemos viver fora do pântano?

O transeunte. Marcelo Rebelo de Sousa. Passavam dez minutos das duas da tarde da última sexta-feira quando Marcelo desceu do palácio de Belém até à rua. Para esse mesmo dia e hora a presidência da República já anunciara uma “conversa”.  Depois desconvocara a conversa. E pelas 14h 10m a conversa do PR, que deixara de ser conversa, acontece sob o formato declaração em passo “faz de conta que estou a passear”:  “Mantenho o que disse há 15 dias”, “É um processo em circulação que acompanho atentamente, como todos os portugueses, quer na parte económica, quer na parte política. Quando for necessário, se for necessário, e nos termos em que forem necessários, eu faço uma declaração”.

 

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publicado por O apartidário às 19:31

O Mundo Real

Segunda-feira, 15.05.23

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Os novos senhores do mundo não precisam de governar directamente.Os governos nacionais encarregam-se de administrar os negócios por conta deles.A nova ordem é a unificação do mundo num único mercado.Os Estados mais não são do que empresas,com gerentes(mais à esquerda ou mais à direita) a fazer a vez de governos,e as novas alianças regionais parecem mais fusões comerciais do que federações políticas.

( In livro "A 4ª Guerra Mundial Já Começou".)

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"Estamos gratos ao The Washington Post, ao The New York Times, à Time Magazine e a outras publicações cujos directores estiveram presentes nas nossas reuniões e respeitaram as suas promessas de discrição durante quase quarenta anos. Ter-nos-ia sido impossível desenvolver o nosso plano para o mundo se tivéssemos estado sujeitos aos holofotes da atenção pública durante esses anos. Mas, o processo está agora muito mais sofisticado e preparado para avançar rumo a um governo mundial. A soberania supranacional de uma elite intelectual e banqueiros mundiais é certamente preferível à autodeterminação nacional praticada nos últimos séculos."´
- David Rockefeller num discurso de uma reunião da Comissão Trilateral em Baden-Baden, na Alemanha em Junho de 1991.

 https://eco.sapo.pt/2023/05/18/stoltenberg-metsola-kuleba-e-borrell-participam-no-encontro-bilderberg-em-lisboa/

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Trate-se, ou não, de um processo conspirativo (e o secretismo de que se têm envolvido não ajuda minimamente a dissipar as dúvidas) este reduzido e selecto grupo de indivíduos no topo das hierarquias económicas, políticas e militares constituiu uma elite que dispõe de todos os meios de acesso ao poder, meios que estão muito além do alcance das pessoas comuns, pelo que não será abusivo assumir que ao longo do tempo têm procurado assegurar a sua posição de poder através da manutenção e aprofundamento da sua própria coincidência de interesses partilhados. 

A par de organizações como o Fórum Económico Mundial, a Comissão Trilateral e o Conselho Atlântico, o Grupo Bilderberg serve como rede de conhecimento das elites transnacionais, onde indivíduos com interesses compartilhados (neste caso os globalistas) podem trabalhar para promover a sua própria agenda, pois desde que a era da globalização elevou o poder político e económico acima dos limites dos estados-nação, que também estas transcenderam aqueles limites.

Pensar que instituições como o Grupo Bilderberg possam ser inconsequentes é subestimar o papel que desempenham na construção de um consenso ideológico global entre as elites, consenso que cada um dos participantes leva depois de volta para o seu país, assim permitindo que as elites interajam e adquiram uma educação compartilhada sobre como pensar o mundo em termos globalizados e, apesar do seu carácter não oficial, no sentido de que não é legalmente constituída, as ideias que veicula são posteriormente endossadas por agências oficiais como o FMI, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico) e até pelos governos ocidentais.

Esta posição de charneira é especialmente verdadeira para sua orientação económica neoliberal, pois a existência de uma classe dominante global, como é tantas vezes identificada por analistas e estudiosos, obriga a alargar a análise política além das instituições oficiais das nações e esquecer qualquer coisa semelhante ao Bilderberg, é esconder a realidade e os meios ao dispor dos poderosos nos tempos modernos.

Oriundos de todo o mundo ocidental, os participantes nas reuniões do Grupo Bilderberg representam a globalização, nas suas esferas política, económica, militar, tecnológica e ideológica, reunindo num fórum onde não existe espaço para qualquer representação de interesses ou posições ideológicas alternativas à globalização, mesmo quando aparentemente acolhem políticos de partidos opostos, o que em última análise coloca em questão a existência de reais diferenças entre esses partidos e levanta a dúvida de saber se eles estão mais efectivamente preocupados com os problemas dos seus eleitores ou com os das grandes empresas transnacionais.

Perceber que o cerne do poder político, económico e militar já não reside no interior dos estados ajuda a explicar a vaga de descontentamento político que varre o planeta e até a compreender como o Grupo Bilderberg não pode continuar a ser visto e noticiado como uma “teoria da conspiração”; esta forma simplista e ingénua tem contribuído para o disfarçar do seu verdadeiro papel de núcleo de uma rede de conhecimento de elite, enquanto o secretismo de que se tem rodeado e a apatia e o laxismo da classe política deixam supor o pior. Se os políticos não recuperarem o papel formal e real como líderes nacionais e locais, responsáveis pelas necessidades e desejos dos seus eleitores em oposição aos das grandes empresas transnacionais, a crise global da democracia não deixará de se aprofundar.

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publicado por O apartidário às 18:48

A Caminho do Céu ( ou então não)

Sábado, 13.05.23

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Marcelo Rebelo de Sousa já reagiu à aprovação por parte do Parlamento da lei que legaliza a morte medicamente assistida (eutanásia) . Para o Presidente da República, "a assembleia confirma, o Presidente promulga". ( do sapo actualidade) 

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Actualização a 19 de Maio:  "Marcelo Rebelo de Sousa vai deixar cair o Governo se o ministro João Galamba não resistir à comissão de inquérito parlamentar à TAP, revelou esta sexta-feira o jornal ‘Expresso’: o Presidente da República está a avaliar as várias audições no Parlamento e dessa análise vai depender a decisão de uma possível dissolução do Parlamento.

“A falta de alternativa política ao Governo deixou de ser prioridade” para Marcelo, revelou fonte próxima da Presidência ao jornal semanário. Em causa está o prestígio das instituições, já alertou o Presidente. “É uma ilusão achar que se pode ser importante sem pagar um preço, que se pode ter poder sem ter responsabilidade, isso não existe”, atirou Marcelo antes do ministro das Infraestruturas ter respondido aos deputados na comissão parlamentar – ou seja, se não estiver em causa o normal funcionamento das mesmas, o que motivaria a dissolução, Marcelo deixou a porta aberta à possibilidade.

Segundo o semanário, o Presidente já terá interiorizado que terá de avançar para a dissolução se sentir que o funcionamento do Governo ficar em xeque, se a ilegalidade do uso do SIS ficar provada, se as instituições públicas perderem prestígio ou se o desgaste do Executivo se mantiver no tempo."

( do sapo executive digest)  Será mesmo? Ou ainda vai outra vez aos gelados? 

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publicado por O apartidário às 07:08

A Bandalheira Continua (e sem fim à vista)

Sábado, 06.05.23

 

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publicado por O apartidário às 14:13

Tudo Como Dantes em Abrantes ( nada de conflitos que temos os arraiais à porta)

Quinta-feira, 04.05.23

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Marcelo Rebelo de Sousa afasta dissolução do Parlamento: "Os portugueses dispensam esses sobressaltos" do discurso hoje das 20h

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"Os portugueses dispensam esses sobressaltos, num tempo como este em que querem é ver os governantes a resolver os problemas".

"Comigo não contem para criar esses conflitos", frisou referindo-se à relação com o Governo.

"O que sucedeu terá outros efeitos no futuro. terei de estar mais atento à responsabilidade política e administrativa dos que mandam", apontou como segunda conclusão. ( do sapo 24 actualidade)

Pois sim,mais atento agora depois de vários anos de bandalheira (a qual vai continuar)e casos absurdos sem fim nos últimos meses?? 

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publicado por O apartidário às 21:15

O Planeta dos Macacos Politicos 3.0

Terça-feira, 02.05.23

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Artigo e cartoons do jornal CM 

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publicado por O apartidário às 10:01





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