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Um Mundo ao Contrário

Sexta-feira, 30.06.23

Um mundo ao contrário

A ridícula e pestilenta pseudo-virtude auto-congratulatória eleva o “activista” denunciador de opressão aos píncaros máximos do orgulho próprio.

Como define a esquerda cultural contemporânea a civilização ocidental? Sempre bem infiltrada nos círculos de “intelectuais”, “jornalistas”, “comentadores” e todos os demais que lançam as “grandes” questões do debate público, como caracteriza essa nova esquerda “modernaça” a nossa própria civilização, não por acaso aquela primeira da História que acabou com a escravatura? Ora, paradoxalmente precisamente como esclavagista e opressora.

E como descrevem esses farolins do futuro mundo novo essa mesma civilização que, de forma igualmente pioneira, emancipou as mulheres, igualizando direitos entre os dois sexos e abrindo as portas a todas as funções na sociedade para toda a gente? Naturalmente, como patriarcal e opressiva para as mulheres. Pior, consegue ainda essa esquerda visionária a proeza de, ao mesmíssimo tempo que desprezam o Ocidente livre e tolerante, embevecer-se perante o relativismo cultural que desculpa de forma igualitária todas as culturas e civilizações — exceptuando a nossa e incluindo aquelas que nem sequer consagram igualdade de direitos a ambos os sexos. Um feito intelectual, há que reconhecer.

 

E como classificam esses arautos das virtudes “politicamente correctas” a primeira civilização que abriu também todas as posições sociais a todas as raças, garantindo a igualdade de todos perante a lei? Pois muito bem, com a coerência que se lhes reconhece, berram os iluminados que tal civilização é intrinsecamente racista e xenófoba.

E como descrevem essas mesmas luminárias a civilização que — e continuamos a falar da ocidental —, descriminalizou e legalizou a homossexualidade, deixando de perseguir pessoas em função da sua orientação sexual, inclusive igualizando direitos entre casais independentemente do seu sexo? Ora, como não poderia deixar de ser, para esses teóricos da felicidade humana tal civilização — a única, já agora, que acabou com a perseguição aos homossexuais — é intrinsecamente homofóbica e castradora de minorias sexuais. Já outras culturas onde a homossexualidade é tratada com a simpatia própria de um apedrejamento ou de uma condenação à morte, isso já não parece causar tanto escândalo social.

Posto isto, para quem não esteja possuído pela hipnose própria do fanatismo ideológico, um padrão emerge: para esta nova esquerda, a nossa tolerância é caracterizada como intolerância enquanto os verdadeiramente intolerantes são convenientemente esquecidos pelos organizadores da revolução cultural — ou seja, falam forte com quem podem criticar e fiam bem fininho com quem não lhes liga nenhuma.

Mas a coisa não se fica por esta evidente hipocrisia. Porque esses “pensadores” apenas identificam na sociedade dois papéis possíveis, precisamente o de vítima e o de opressor, logo se tornam todos aqueles que não pertencem às infinitas minorias decretadas como oprimidas, por definição, de forma automática — e preconceituosa, acrescente-se —, em tenebrosa maioria opressora: és branco? Então, mesmo que não saibas, és racista. És homem? Então esquece lá as educações, os hábitos, as antigas regras sociais, é a tua masculinidade que é tóxica e tu, apenas por seres homem, logo masculino, és machista, opressor e patriarcal. És heterossexual? Não vais descer a rua com bandeirinhas arco-íris a exaltar as virtudes da homossexualidade? Gostarias de teres netos biológicos? Ó pá, então és homofóbico. E assim sucessivamente se repete até à náusea — literal, já — a formulazinha que alimenta esta grotesca narrativa que superficializa a natural complexidade do mundo social num infantil código binário: se não és uma vítima, então só podes ser um opressor.

Do mesmo modo, porque o neo-marxismo que os orienta na sua pretensa superioridade intelectual é sempre uma “revelação” apenas acessível aos eleitos que a “compreendem”, todos os que não aceitem a verdade por eles apregoada — assim ao modo de culto fanático —, sejam esses não-crentes membros das eleitas minorias de vítimas ou não, logo são estes apelidados de burros, tidos como incapazes por não vislumbrarem a realidade tenebrosa em que a civilização mais rica, próspera e pacífica da História de facto vive, ou, pior, gente malévola que até reconhece a essência opressora da sociedade, mas, por pura crueldade, até gosta dela assim.

Aliás, tanto assim é que é precisamente daqui que deriva uma ridícula e pestilenta pseudo-virtude auto-congratulatória que eleva o “activista” denunciador de opressão aos píncaros máximos do orgulho próprio — orgulho, um pecado no mundo que ora acaba, atente-se, mas transformado na tradução anglicana “pride” hoje em dia celebrada anualmente em versão pimba festivaleira —, isto porque, face à lógica binária opressor-oprimido, tal como todos aqueles que não aceitam a nova verdade moral ou são burros ou são maus, então, por conclusão evidente, aqueloutros que a apregoam e cantam só podem mesmo ser inteligentes e bons.

E assim se alimentam aqueles que mais não fazem além de apontar o dedo a qualquer pessoa que queira fazer o quer que seja. De iPhone na mão e All Stars nos pés, de bolsos recheados de notas sacadas aos pais, lá se criam fornadas de “activistas”, essa  novíssima “profissão” que dá direito a rodapé televisivo e onde a virtude auto-assumida é inversamente proporcional a qualquer resquício de mérito ou esforço social. Não é preciso fazer algo de novo, um produto ou serviço que alguém queira, ou considere útil. Não, pelo contrário, tanto mais virtuoso um activista é quanto não fizer nada — ai, ai, ai, olha que se fizeres alguma coisa emites carbono —, ou quanto  mais destruir aquilo que outros fizeram — para “salvar”, claro, o planeta — ou, na maior parte dos casos, quanto mais se limitar a apontar o telefone reprovador para registar “nas redes”, com escárnio e “indignação”, tudo aquilo que se ouse mexer por regras que suas excelências não considerem adequadas.

Assim, onde ninguém vislumbra uma agressão, logo o “intelectual” descortina uma microagressão. Onde uma família pastoreia a prole, logo o justiceiro social percepciona uma terrível prisão social. Onde um desgraçado come um bife, logo o arauto dos bons costumes descobre um crime hediondo contra a natureza. Onde um incauto assume um interesse num qualquer irrelevante hábito cultural, logo o peçonhento de dedo em riste vem acusar de apropriação cultural — e por aí fora que, para mal dos nossos expiadíssimos pecados, exemplos não faltam.

Continua no seguinte post 

 
 Nuno Lebreiro no Observador

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publicado por O apartidário às 21:33

Não Sejam Chonéfobos 2.0

Terça-feira, 20.06.23

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https://oplanetadosmacacospoliticos.blogs.sapo.pt/nao-sejam-chonefobos-eis-o-novo-39065

O regular falecimento das instituições

A “oposição” insiste em exigir vigorosamente a demissão do professor Galamba. É o mesmo que confiscar um canivete a um gangue armado com bazucas.

O prestígio das instituições é fundamental”, diz o prof. Marcelo. O homem com certeza fala da Noruega. Em Portugal, com a cumplicidade de Sua Excelência, já não resta nada de institucional, e muito menos de prestigiado. O que há é o que se tem assistido, como na morte assistida, na novela da TAP: um Estado entregue a arruaceiros indignos do respeito necessário para administrar uma empresa unipessoal de missangas. Podia notar-se que a coisa se agrava de semana para semana. Não é preciso: é claro que a coisa se agrava, dado que a permissividade da semana anterior contamina a seguinte. E assim sucessivamente. Quando se deixa o “governo” (o conteúdo não corresponde ao conceito) em rédea livre, o “governo” tende a exibir a sua natureza com crescente nitidez. Se não se parar de cavar o fundo do poço, o poço não terá fundo.

Em benefício do rigor, não devemos engolir as declarações à CPI de Frederico Pinheiro, ex-adjunto do prestigiadíssimo professor Galamba, sem as confrontar com o pujante contraponto do seu antigo chefe e da chefe de gabinete deste, ambos com prestações firmes, genuínas, coerentes e sobretudo esclarecedoras.

Não, agora a sério: o depoimento do dr. Pinheiro não se limitou a mostrar o enorme buraco a que descemos: sugere que, na previsível falta de consequências, em breve o buraco será maior. Por enquanto, estamos no ponto em que o SIS serve os desvarios privados de “governantes”, inclusive mediante recurso a telefonemas ameaçadores a cidadãos incómodos. O ponto em que “governantes” oferecem socos à distância a adjuntos. O ponto em que adjuntos são encurralados e atacados no ministério por causa de informações pelos vistos impossíveis de copiar e confinadas a um único computador. O ponto em que, a somar às entidades oficiais e em cumprimento de ordens, inúmeros serviçais remunerados ou voluntários saem da toca a chamar impostor e desequilibrado ao adjunto que até há dias, e durante anos, era exemplo de lealdade. Não tarda estaremos noutro ponto, mais grotesco, mais irreversível, mais inimaginável. E se todos os acontecimentos, todos os métodos, todas as mentiras e toda a impunidade tresandam a ditadura de terceiro mundo, isso não é Impulse, e sim uma constatação óbvia de quem não vive no Twitter a glorificar o Líder.

 

 Alberto Gonçalves no Observador 

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publicado por O apartidário às 11:21

Mais Esplendores do CM

Segunda-feira, 19.06.23

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publicado por O apartidário às 07:53

O Fim da Macacada 4.0

Quarta-feira, 14.06.23

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No meu outro blog 

https://imagenssem.blogs.sapo.pt/o-fungaga-da-bicharada-ou-o-fim-da-31720

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Carlos César não distingue democracia e ditadura

Quando os líderes de uma democracia se portam e falam como ditadores, como fez Carlos César, estão a desvalorizar a democracia e a comprometer a sua própria legitimidade política.

Entre as razões para não mentir, uma das melhores é de Mark Twain: “se disseres a verdade, não precisas de te lembrar de nada”. Na comissão parlamentar de inquérito sobre a TAP, é óbvio que os nossos governantes têm precisado de se lembrar de muita coisa. É uma história em que tudo é grave: os caprichos ideológicos que custaram milhões aos contribuintes, mas também a alegada acção do SIS como polícia para resolver brigas de gabinete, ou as prováveis mentiras de ministros num inquérito parlamentar.

Para Carlos César, presidente do PS, não é assim. A “história do SIS”, de “quem telefonou e quem não telefonou”, não lhe interessa. Segundo ele, os “portugueses já não querem saber disso”. O que lhes importa são os “bons resultados da economia”. Vou dizer que César não tem razão? Vou argumentar que de Faro a Viana, o país ferve de indignação por causa da possibilidade de o serviço de informações ter passado a fazer de polícia às ordens de uma chefe de gabinete supostamente a actuar por contra própria? Não vou. Mas vou lembrar outras coisas de que os portugueses também não queriam saber. Em 2010, era a dívida pública. Ainda se recordam? Os mercados de capitais tossiam. O primeiro-ministro socialista ria-se, e explicava com um ar superior que as dívidas não eram para ser pagas. Com excepção do Dr. Medina Carreira, ninguém queria saber. Em 2011, quando o governo socialista fez o acordo com a troika para subir impostos e cortar pensões, toda a gente passou a querer saber.

Sim,o dinheiro conta, e não é preciso explicar porquê. Mas o regular funcionamento das instituições e o respeito pela lei e pelos procedimentos também contam. Se não há ninguém para explicar porquê, ou se a voz de quem explica não vai longe, isso não é uma vantagem, mas mais um grande problema do regime.

 

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publicado por O apartidário às 17:14

Esse é o Mundo Real (do pântano ao pantanal)

Sábado, 10.06.23

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"Os socialistas garantem que os portugueses vivem cada vez melhor. Claro que sim: os portugueses que vivem das benesses do socialismo. Isto inclui os sujeitos no poder, os que têm negociatas com os sujeitos no poder e os que recebem para elogiar os sujeitos no poder. Para a vastíssima maioria dos portugueses que sobram – os quais, parecendo que não, ainda são alguns –, as coisas complicam-se a cada dia. Minudências, sabem? A prestação da casa (por causa da guerra). O custo dos alimentos (por causa da guerra e da Covid). O preço dos combustíveis (por causa da guerra e da Covid e das alterações climáticas). O saque fiscal (por causa da guerra e da Covid e das alterações climáticas e da transfobia). Etc.

Em suma, a vida está difícil para os patetas que ficam por cá sem vínculos assumidos ou dissimulados com o PS. A fim de facilitá-la, resta aos patetas saírem daqui ou vincularem-se ao PS. Visto que, no meu caso, questões familiares e outras objectam à emigração, a única hipótese de desafogo económico é correr para os braços do Partido. Através de que via? A via do poder? O poder exige convites e nomeações que não espero. A via das negociatas? As negociatas com o poder exigem um talento para a corrupção (a popular “iniciativa”) que não possuo. Felizmente, há uma terceira via, a da opinião “isenta” e “desinteressada”, onde posso contribuir para a desvergonha geral mediante o elogio regular do governo nesta coluna e nas inúmeras colunas para que, depois de vergada a minha, decerto me convidarão. Com jeito, e múltiplas hérnias, até me propõem um “espaço”, com ou sem “debate”, na Sic Notícias."

Alberto Gonçalves no Observador em 10-06-23,do artigo ' A minha candidatura a sabujo do PS ' .

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publicado por O apartidário às 08:02

O Melhor Manicómio do Mundo (e o melhor país do mundo para reformados estrangeiros)

Quinta-feira, 08.06.23

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"O senhor fala muito bem, mas não faz nada": Marcelo acusado de enganar os portugueses por cidadão em Murça.
Presidente da República fazia uma visita(na última semana de 2022)às zonas afetadas pelos incêndios rurais, em Murça.

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Portugal é o melhor país do Mundo para reformados estrangeiros

De acordo com o Annual Global Retirement Index 2023, da International Living, o nosso país obteve a melhor pontuação tendo em conta a habitação, custo de vida, vistos/benefícios, classificação de afinidade, desenvolvimento/governação, clima e cuidados de saúde . ( Notícia de Janeiro 2023 )
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«Classe média desamparada cria terreno fértil para a extrema-direita» afirmou recentemente o primeiro-ministro(PM). O diagnóstico está bem feito.

Mas fica uma pergunta no ar: o que fez a governação de Costa, que já dura há sete anos, para impedir e contrariar esta situação?

É sempre oportuno lembrar que o atual secretário-geral do PS conquistou o poder partidário através de uma manobra desleal e seguidamente, transformou uma derrota eleitoral humilhante, numa vitória de secretaria (a ‘geringonça’) que, mesmo sendo constitucionalmente suportável, se transformou na via que pode conduzir o PS à irrelevância.

Ora é nestes dois factos que deve ser procurada a origem do impasse que o país vive. Mais aqui https://sol.sapo.pt/artigo/800633/amanha-e-outro-dia

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publicado por O apartidário às 10:38

O Melhor Presidente da Democracia ( e do melhor manicómio do mundo)

Quarta-feira, 07.06.23

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Sondagem indica que Marcelo é o Presidente preferido dos portugueses em democracia, seguido de Ramalho Eanes. Cavaco surge no extremo oposto da tabela. ( Notícia do Observador em 5 de Junho) 

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publicado por O apartidário às 17:17

É Preciso que os Politicos Respeitem os Portugueses (e não apenas os votos dos portugueses)

Domingo, 04.06.23

O secretário-geral do PS afirmou neste sábado que os portugueses resolveram uma "grave e efetiva" crise política há um ano, referindo-se à maioria absoluta alcançada nas legislativas de 2022, cabendo agora aos políticos respeitarem essa decisão.
"Ainda o ano passado, os portugueses resolveram uma grave e efetiva crise política que o senhor Presidente da República chamou os portugueses a resolver. Foram chamados e resolveram essa crise política", disse António Costa no discurso de abertura da Comissão Nacional do PS .
Segundo o líder do PS, o que compete agora aos políticos é respeitarem aquilo que os portugueses resolveram e não complicar a vida dos portugueses.

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E o Tutti-Fruti (que é como quem diz o quase esplendor da fruta toda, podre) não anda, nem desanda por falta de meios?
– quem dá os meios não são os políticos?
– quem está em suspeição neste dito processo não são os políticos?
– e que carreiras (boas, tantas vezes com incompetências) é que já foram propiciadas a estes políticos -e a outros, muitos, muitos- por estes processos não terem desenvolvimento de acordo com a Lei, nos tempos da Lei (que são os únicos tempos conhecidos por essa mesma Lei) os processos em que são suspeitos?
Sra. Procuradora,
Lembremos que foi proposta, justamente, pela sua ligação à “ação penal”, como melhor consta do documento então elaborado para justificar a sua promoção..
Assim tendo sido,
Não é lícito admitir que já se devia ter pronunciado -ou abandonado as funções- assim que lhe não deram os meios para cumprir as suas obrigações perante o País, que são funções que devem sempre consolidar o Estado de Direito?
Será que não é lícito admitir -ou não é de elementar raciocínio- que os políticos (os seus amigos e os outros) nunca lhe darão meios para irem pra prisão?
Daqui https://penacovactual.sapo.pt/2023/06/02/opiniao-e-normal-que-haja-sra-procuradora/

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publicado por O apartidário às 11:14

O Fim da Macacada (em tempo de arraiais)

Domingo, 04.06.23

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Batman no Santini
Quinta-feira( 4 de Maio ), por fim, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se formalmente aos portugueses. E deixou claro que tinha consigo o recurso político mais precioso de todos: o tempo.

06 mai. 2023, 00:02 no Observador

Quando António Costa deixava o palácio de Belém na quarta feira virou-se de costas para as televisões e pôs-se a urdir por telemóvel aquela tortuosa jogada da falsa demissão do Ministro Galamba. Destinada a ser logo recusada apenas para desautorizar o Supremo Magistrado da Nação.

Poucos minutos depois Marcelo saiu a pé do palácio e foi comer um Santini à geladaria da esquina, como qualquer português. Saudou todos populares que por ali passavam e galhofou com o enxame de jornalistas que o acompanhava. Poucos comentadores perceberam mas o sinal estava dado.

Quinta-feira, por fim, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se formalmente aos portugueses.

Começou logo por dizer que os números favoráveis do Governo não se traduziam em benefícios correspondentes para o Povo.

Depois mostrou que, se não podia demitir o ministro das Infraestruturas, conseguia perfeitamente matar João Galamba, tanto política como civilmente.

Acusou também gravemente o Governo de usar as secretas para servicinhos particulares.

E deixou claro que tinha consigo o recurso político mais precioso de todos: o tempo. Que o Governo cairá inexoravelmente quando ele achar que chegou a altura e de nada valerão então as bravatas de António Costa.

Tudo considerado, Marcelo pretendeu apresentar-se como o verdadeiro representante e Procurador do Povo contra os poderes instalados, irresponsáveis, pouco confiáveis e desprestigiados.

Não. Não foi um palhaço político quem foi comer um gelado ao Santini na quarta-feira. Foi Batman, o vigilante e guardião da Cidade.

Nuno Maria Côrte-Real no Observador

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publicado por O apartidário às 08:03





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