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A Europa/ UE Está Muito "Bem" Entregue

Sábado, 29.06.24

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Notícia de Maio 2023 :

Está previsto que Marcelo Rebelo Sousa ofereça um jantar aos cerca de 130 membros(do Bilderberg) que se reunirão por estes dias na capital portuguesa, ao passo que o primeiro-ministro António Costa deverá mesmo participar em parte do programa.
Daqui https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/costa-e-marcelo-participam-na-reuniao-do-grupo-bilderberg

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publicado por O apartidário às 06:23


7 comentários

De O apartidário a 29.06.2024 às 06:54

De O apartidário a 29.06.2024 às 10:01

Artigo de Alberto Gonçalves no Observador , O homem que tem quase o prestígio de Charles Michel

"Quantos portugueses sabem quem é Charles Michel? Talvez cinco por cento, auxiliados pelas notícias dos últimos dias. Antes disso, talvez nem um por cento. Charles Michel, antigo primeiro-ministro da Bélgica, é, ainda, o presidente do Conselho Europeu, cargo que desempenha desde 2019 sem que a vastíssima maioria dos meus compatriotas (e, suponho, dos europeus em geral) desse por isso. A propósito: quantos portugueses sabiam há dois ou três meses que existe uma instituição chamada Conselho Europeu? Não arrisco um número para não ser acusado de optimismo. De qualquer modo, é para semelhante glória que agora desponta o dr. Costa.

Quem segue os “media” caseiros não ficaria com essa impressão. As festividades em volta da nomeação chegam a tais excessos que um distraído julgará que o dr. Costa foi nomeado para um cargo mais notório que o de Papa. E não para o cargo até aqui desempenhado pelo celebérrimo Carlos Miguel. Aliás, a celebridade do sr. Michel, superior à de uma estrela televisiva búlgara, deve-se inteirinha aos esforços do próprio em sair da obscuridade a que o cargo – além da intrínseca mediocridade, pelos vistos – o condenou. Na imprensa internacional, quase não há artigo sobre o tema que não denuncie os vãos esforços do sr. Michel para sair da sombra da senhora dona Ursula, e os esforços bem sucedidos para cair no ridículo. Um diplomata definiu-o como alguém “com ambição bastante maior que o talento”.

Alguns artigos em particular notam que as limitações do cargo começam logo na designação. Aparentemente, o presidente do Conselho Europeu não é exactamente um presidente, excepto na generosidade com que os franceses (e os portugueses) tratam o termo. Ao contrário do que o chinfrim patriótico sugere, o emprego consiste em receber com sorrisos os chefes de Estado ou de governo dos estados membros, cada um ao serviço da respectiva “agenda” e todos juntos num órgão que, para citar uma crítica, “é disfuncional e irresponsável”.

As funções oficiais do Conselho, que sai à luz do dia duas vezes por semestre, estão no Tratado da União Europeia: “dá à União os impulsos necessários ao seu desenvolvimento e define as orientações e prioridades políticas gerais da União” (desculpem, mas não sou o autor disto). Já as funções do presidente do Conselho não só estão no tratado como são um tratado em si. Gosto sobretudo da a) (“Preside aos trabalhos do Conselho Europeu e dinamiza esses trabalhos”) e da c) (“Actua no sentido de facilitar a coesão e o consenso…”). As funções b) e d) excedem-se em irrelevância. Parece que, além dos sorrisos, o dr. Costa terá de assegurar o “catering” e iniciar inúmeras frases com “‘Vamo’ lá ver…” Não é à toa que muitos juram estarmos perante o homem certo no lugar certo, e que ninguém, ninguém, ninguém possui habilitações sequer comparáveis. E o extraordinário é serem poucos a rir enquanto afirmam maravilhas assim.

Continua

De O apartidário a 29.06.2024 às 10:01

“Vamo” lá ver… Primeiro ponto: o que explica que, de repente, imensa gente “saiba” que o dr. Costa é o presidente do Conselho ideal? Os “especialistas” avaliaram com minúcia o currículo e o carácter das restantes possibilidades faladas nos meses recentes? Houve um concurso de talentos que me escapou? Segundo ponto: mesmo que o dr. Costa fosse o portento político vendido pela nossa paroquial propaganda, há o obstáculo das línguas, visto que são várias as faladas no Conselho e o dr. Costa não domina nenhuma. Acontece que o dr. Costa obviamente não é o portento político vendido pela nossa paroquial propaganda. Por pudor, e vergonha na cara, nem comento as referências à “competência”, à “experiência” e ao “peso político”. No que toca à “construção de pontes”, a única que se lhe conhece é uma empreitada de 2015, que ligou o PS à extrema-esquerda e separou o partido dos combates de Mário Soares e, com curiosa frequência, do arco democrático. No que diz respeito a reformas, consta somente a dele, a qual será de 95% dos 32.100 euros brutos e mensais.

O facto é que, apesar das naturais bazófias do PS e de um “nacionalismo” deprimente que transcende o PS, a nomeação do dr. Costa tem uma importância idêntica à conquista de um campeonato internacional de pelota basca. O dr. Costa, outro com a ambição maior que o talento, vai substituir o sr. Michel apenas porque os arranjos que reconduziram a senhora dona Ursula exigiam que se compensasse um socialista, de preferência um socialista de uma nação periférica. Quanto aos arranjos que, por cá, permitiram ao dr. Costa livrar-se do país que ajudou a destroçar a tempo de ficar “disponível” para a “Europa”, esses são a única coisa interessante nesta história.

Alberto Gonçalves no Observador

https://observador.pt/opiniao/o-homem-que-tem-quase-o-prestigio-de-charles-michel/

De O apartidário a 02.07.2024 às 09:15

Helena Garrido no Observador:

"Devemos ficar contentes quando um compatriota tem sucesso fora de portas. E, por isso, a escolha de António Costa para Presidente do Conselho Europeu (PCE) merece ser elogiada, como a de José Manuel Durão Barroso e António Guterres, todos eles ex-primeiro-ministros. Não sendo correlação causalidade, é interessante verificar que todos eles pertencem igualmente ao grupo dos líderes de Governo que menos bem fizeram ao país. Podia dizer-se que parece ser o curriculum necessário para se ser escolhido pelas instituições internacionais, deixar o país natal cheio de problemas, sem capacidade para os resolver. E todos eles a parecerem que se sentiram aliviados por nos deixarem.

António Costa ganhou a maioria absoluta a 30 de Janeiro de 2022 e tomou posse a 30 de Março. Pouco menos de um ano e meio depois o Governo de maioria absoluta, do qual se esperava que finalmente adotasse medidas estruturais, acumulava a saída de 13 ministros e secretários de Estado.

De Março de 2022 a 7 de Novembro de 2023, o ex-primeiro-ministro e agora Presidente do Conselho Europeu pareceu em geral ter desistido de governar. Chamou a si os assuntos europeus, pasta que costumava pertencer aos Negócios Estrangeiros, e de início estava mais fora do país do que dentro. Uma das viagens que ficou na história foi a que fez à Hungria em Junho de 23, onde assistiu à final da Liga Europa ao lado do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e que agora votou a favor da sua nomeação para PCE. Na altura quer o PSD como a Iniciativa Liberal perguntavam se António Costa estava em campanha.

Com todo o trabalho que teve na frente europeia e que, infelizmente para nós, não teve em Portugal, foi protegido pela sorte – que dá muito trabalho – e viu o seu sonho ser concretizado por causa da Operação Influencer, usando o parágrafo do comunicado do Ministério Público para se demitir. Sim, depois de tudo o que já tinha acontecido como seu Governo e com a descoberta de pouco mais de 75 mil euros na estante do seu chefe de gabinete, ficaria muito fragilizado, mas podia não se ter demitido até porque tinha uma maioria absoluta. E escusava, quer o ex-primeiro-ministro como algumas pessoas do PS, de transformarem o Presidente da República num alvo.

Durante o tempo da sua governação, não fez uma única reforma estrutural, não decidiu um único investimento estruturante – como o novo aeroporto ou a alta velocidade. Foi uma governação sempre atrás do prejuízo, que teve justificações no caso da pandemia e da inflação, mas que não se percebe noutra áreas. Deixou o seu Governo ao Deus dará e deixou-nos com uma imigração descontrolada, sem respeito pelos direitos humanos, serviços públicos degradados, como a educação, a saúde e a justiça, por exemplo, assim como um problema grave na habitação. E deixou-nos uma sociedade radicalizada, com os eleitores a serem chamados a eleições a meio de um caso de suspeitas de corrupção que conduziu o Chega aos 50 deputados.

Ah, sim, deixou-nos as “contas certas”. Só que esse equilíbrio orçamental foi conseguido à custa da míngua dos serviços públicos e, por isso mesmo, de sustentabilidade difícil. As poucas reformas que começou a fazer foram ditadas por Bruxelas, como condição para se ter acesso às verbas do PRR.

Continua

De O apartidário a 02.07.2024 às 09:16

É com este curriculum na governação de Portugal que António Costa chega a Presidente do Conselho Europeu. Sim, é verdade que o perfil exigido para aquela função ajusta-se completamente ao que o ex-primeiro-ministro sabe fazer melhor: a negociação política, os jogos políticos. Quando o deseja ou quando lhe é útil porque sabemos bem como é implacável com quem o critica ou se coloca no seu caminho. Foi assim com António José Seguro, foi assim com Assunção Cristas, ex-líder do CDS, foi até assim e de alguma forma com o Bloco de Esquerda e foi assim com André Ventura que agora, ironicamente, quer pertencer ao grupo político de que Viktor Orbán é fundador.

As escolhas da União Europeia para as lideranças dos principais órgãos europeus são aliás incompreensíveis, como bem notou a primeira-ministra italiana Georgia Meloni. Na prática, foram os derrotados, o chanceler alemão Olaf Scholz nas eleições europeias e agora como se viu na primeira volta das legislativas o presidente francês Emmanuel Macron, que decidiram quem iria dirigir os destinos da Europa da União nos próximos cinco anos, indiferentes aos resultados eleitorais e ignorando a Itália. São estes mesmos líderes, tal como António Costa, que depois estranham o sucesso dos populismos, quando os alimentam.

Helena Garrido no Observador

https://observador.pt/opiniao/a-vitoria-de-antonio-costa/

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