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O Estado a que Chegámos (em vias de afundamento)

Terça-feira, 14.03.23

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O presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS) considerou hoje que as anomalias do navio que falhou uma missão a norte do Porto Santo porque 13 elementos recusaram embarcar por questões de segurança representavam “grave risco” para a tripulação.

O NRP Mondego não cumpriu no sábado à noite uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha do Porto Santo, na Madeira, pois 13 elementos (quatro sargentos e nove praças do navio) recusaram embarcar por razões de segurança.

Contactado pela Lusa, o presidente da ANS, Lima Coelho, disse que os elementos em causa já tinham alertado para diversas anomalias do navio e sublinhou: “isto não foi uma crise no momento, foi fruto de muitas situações já vividas a bordo”.

Em declarações à Lusa, o responsável criticou a posição assumida pela Marinha – que considerou que os 13 operacionais não cumpriram os deveres militares e usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos assumidos -, considerando que “não se pode matar o mensageiro”. ( do sapo actualidade) 

Entretanto em terra  também não vai nada bem :

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José Sócrates em 2007, ao cometer uma “gafe”, pediu a todos o esforço por um país mais pobre. Passaram 16 anos, e nós, como povo prestável que somos, temos cumprido à risca o pedido então deixado.

13 mar. 2023, 00:01 no Observador artigo de opiniāo

“Quero deixar-vos também uma palavra de confiança em vós, nas vossas famílias e a certeza de que cada um de vós dará o seu melhor para um país mais justo, para um país mais pobre…”. Palavras de José Sócrates em maio de 2007, que, ao cometer uma “gafe”, pediu a todos o esforço por um país mais… pobre. (Caso não se recorde deste delicioso momento da política nacional, pare a sua leitura e veja o vídeo, duas ou três vezes, recomponha a compostura e prossiga então). Na verdade, este foi, sem sombra de dúvida, o momento mais honesto de José Sócrates, e, porque segundo o ditado “Quem diz a verdade não merece castigo”, ainda hoje, graças a esta frase, está em liberdade. Ora, facto é que passaram 16 anos e nós, portugueses, como povo simpático e prestável que somos, temos cumprido à risca o pedido então deixado. Mas como nós não somos só portugueses, somos bons portuguesinhos, as coisas são para se irem fazendo, na maior das calmas, não há cá pressas.
Como tal, em 2011 elegemos um governo mais à direita, que a princípio até parecia levar-nos na direção pretendida, mas com o passar do tempo ficava a impressão de que afinal se dava uma recuperação económica de certo modo até milagrosa. O que nos valeu foi que os mais astutos de entre nós começaram a sentir o odor a perfume e a marisco e, a tempo, demos uma maioria à esquerda portuguesa: PS, BE e PCP formaram assim uma “geringonça” de pobreza e rapidamente podemos voltar a sentir o cheiro a peúgas e a caldo verde com cinco dias. Entretanto pôs-se uma pandemia pelo meio e, como as três principais vias para a pobreza não se entendiam, decidimos optar pela via original, que é também mais longa e demorada que as outras duas. E nela temos continuado o nosso bonito percurso até um país mais pobre. Atualmente casas há poucas, transportes tão pouco, educação só para uns quantos, saúde vamos tendo, o dia em que não a tivermos é o dia em que partimos para um mundo melhor, a justiça é lenta e demorada. Alimentos ainda os há nas prateleiras, mas o que trazemos para casa é cada vez menos. O que interessa mesmo é não parar. Remamos e remamos o nosso barquinho, afinal somos também um povo de marinheiros, o nosso capitão vai dizendo uns disparates como: “Portugal nunca cresceu tanto como nos dias de hoje” e coisas parecidas, mas nós já nem lhe ligamos, não só porque vemos de facto um país mais pobre à nossa frente, mas também porque ele nem sequer vai no barco connosco, ficou em terra com os seus familiares e amigos, que nos mandam cada dia remar mais, e com mais força, enquanto comem as sobras do marisco e se besuntam em perfume.


António Azevedo Lima no Observador

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publicado por O apartidário às 11:49


25 comentários

De O apartidário a 14.03.2023 às 12:11

E em terra a greve dos maquinistas da CP, que na sexta feira durou 24 horas, levou à supressão, entre as 00:00 e as 12:00, de 371 comboios de um total programado de 560, segundo dados divulgados pela transportadora.Segue a greve esta semana.
( do sapo actualidade)

De O apartidário a 15.03.2023 às 14:16

O chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, salientou hoje(15 de Março) que a disciplina é a “cola essencial” das Forças Armadas e que a investigação ao processo de insubordinação no navio Mondego vai “acabar rapidamente”.
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/disciplina-e-a-cola-essencial-das-forcas-armadas-diz-gouveia-e-melo

De O apartidário a 16.03.2023 às 09:05

Outras noticias do estado a que chegámos (sempre em actualização) https://www.sapo.pt/noticias/atualidade

De Bilder a 16.03.2023 às 12:16

E realmente não falta assunto, até mete medo.

De O apartidário a 17.03.2023 às 08:02

Pois não falta. País a ‘meio gás’ esta sexta-feira. Greve da Função Pública vai afetar escolas, hospitais, serviços públicos (e não só)
O líder da Frente Comum de sindicatos da Administração Pública espera uma "adesão maciça" à greve nacional da função pública, na sexta-feira, antevendo perturbações na saúde, educação, serviços centrais e locais. ( no sapo multinews)

De Bilder a 14.03.2023 às 12:24

E ainda mais problemas graves em terra. Demissões em bloco de chefes de equipa de urgências, falta de médicos de família - as últimas contas apontam para mais de um milhão, em que as situações mais graves verificam-se em Lisboa e Vale do Tejo - encerramentos de serviços e listas de espera para cirurgias sem fim. Mas as verdadeiras dores de cabeça ocorrem nas urgências, com serviços cheios, horas intermináveis de espera. É este o estado da saúde em Portugal. E as queixas multiplicam-se.
https://ionline.sapo.pt/artigo/794611/caos-e-desespero-assim-vai-o-estado-da-sa-de-em-portugal?seccao=Portugal_i

De O apartidário a 14.03.2023 às 13:13

Sim, pois claro, e se fosse só isso (que já não é pouco).

De O apartidário a 16.03.2023 às 11:51

O novo bastonário da Ordem dos Médicos fez hoje um "balanço preocupante" da saúde em Portugal, com a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) assente numas urgências "em dificuldades" e com uma gestão de "navegação à vista".
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/novo-bastonario-dos-medicos-faz-balanco-preocupante-da-saude-e-critica-navegacao-a-vista-no-sns

De O apartidário a 14.03.2023 às 13:20

Sugiro também meu post Siga a marinha e o circo, mais abaixo neste blog.

De Ricardo a 16.03.2023 às 18:09

O circo está sempre garantido, agora a marinha não sabemos.

De O apartidário a 16.03.2023 às 09:18

Os enfermeiros de 75 unidades de saúde privadas do país fazem hoje um dia de greve, a primeira que esses profissionais realizam para reivindicar a melhoria das condições de trabalho e aumentos salariais de 10%. ( do sapo lifestyle saúde)

De O apartidário a 16.03.2023 às 11:46

Lusa há 10 minutos
Inspetores da PJ declaram greve ao trabalho suplementar a partir de 01 de abril ( do sapo actualidade)

De Anónimo a 16.03.2023 às 18:06

E não será mentira, apesar de começar a 1 de Abril.

De Bilder a 14.03.2023 às 14:42

Ora aí está um post super-pertinente e que merecia estar no top de sugestões de leitura do sapo blogs ,isso senão fosse dada prioridade aos assuntos de lana-caprina e,claro, à chamada "espuma dos dias" para distrair dos temas realmente importantes.

De O apartidário a 14.03.2023 às 14:34

OMinistério Público arquivou o inquérito ao caso do “apagão fiscal” ao fim de quase seis anos. Em causa estava a origem do erro de processamento das declarações bancárias sobre transferências para offshores realizadas entre 2011 e 2014, sendo que grande parte das operações comunicadas à administração tributária não passou para a base de dados do fisco.

Neste período, dos 18.200 milhões movimentados, mais de 10.000 milhões não ficaram registados, apesar de terem sido declarados pelas instituições financeiras.

Segundo a procuradora Helena Almeida, “é manifesto que não foi possível identificar qualquer ato concreto suscetível de integrar a prática dos crimes cuja suspeita se suscitou”. A magistrada lembrou que, à luz do artigo 283.ª do Código do Processo Penal, o Ministério Público deduz acusação se tiver recolhido indícios suficientes de um crime e de quem foi o seu agente. ( do eco.sapo .pt)

De Bilder a 14.03.2023 às 14:45

Surprise surprise, ou seja "tudo como dantes em abrantes".

De O apartidário a 14.03.2023 às 14:48

Não quero ser demasiado pessimista mas parece é que está tudo cada vez pior em Rio maior.

De oficialdejustica a 16.03.2023 às 00:35

E outra e outra e todas as que forem necessárias e que as pessoas ainda aguentem, porque todos sentem - e percebem - que é necessário haver Justiça. Todas estas greves sucedem, já agora, entre outros aspetos porque o Governo da área da Justiça não passa cavaco a ninguém, nem sequer para os mandar dar uma volta; nada. Ao contrário dos professores que se vê alguma negociação, com os Oficiais de Justiça não existe nenhuma negociação há anos e anos, tantos que, pasmem-se, há uma greve que está em vigor desde 1999 às horas de trabalho fora do horário normal de trabalho, desde 1999 que os sucessivos governos garantem que vão resolver o problema, mesmo o próprio atual primeiro-ministro, quando foi ministro da Justiça o garantiu e, resultado: zero. É vergonhoso. Mais ainda quando a própria Assembleia da República aprovou duas leis (duas) em que obrigava o Governo a resolver o problema, especificando os assuntos e até com datas limites para o fazer, leis essas que obrigam todos, mas que o Governo ignorou, e nada cumpriu, ultrapassando os prazos como se nada. É muito vergonhoso, por isso o transbordo do copo cheio que já devia ter acontecido há muito.

De O apartidário a 16.03.2023 às 08:09

Exacto, como se costuma dizer cada um faz o que tem a fazer, neste caso das greves cada grupo corporativo (com ou sem aspas) faz o que acha por bem para defender seus interesses. Acontece que eu (como muitos outros) não pertenco a nenhum grupo específico e portanto tendo a olhar mais para o estado geral do país (e não só como possivel utente dos ditos serviços públicos). Boa continuação para vós e que haja dias melhores.

De Alexandre N. a 14.03.2023 às 17:41

Fazia o mesmo e ainda apresentava queixa contra o desgoverno

De O apartidário a 15.03.2023 às 09:00

Eles têm um grande armário ( seja no MP ou em S.bento) para arquivar queixas.

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