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O Grande Pântano (revisto e aumentado)

Sábado, 16.09.23

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O vazio que ocupa Belém
Marques Mendes? Guterres? O palhaço Companhia? Após os estragos causados pelo prof. Marcelo, até um naperon cumpriria as funções com superiores coerência e empatia.

02 set. 2023, 06:38 no Observador

Instado a comentar o beijo do presidente da Federação Espanhola de Futebol a uma jogadora da selecção local, o prof. Marcelo respondeu: “Caros senhores, eu sou o presidente da República portuguesa. O meu cargo não é compatível com o comentário de insignificâncias, e a simples ideia de que o pudesse ser é francamente espantosa. Seria inadequado que eu falasse de insignificâncias em qualquer circunstância, e seria brutalmente ofensivo para os portugueses que o fizesse quando vivemos um momento crítico, uma crise económica, social e institucional sem precedentes próximos. É esta crise, que ameaça arruinar – e arruína – a sobrevivência digna de inúmeros cidadãos, que me deve inquietar – e inquieta. O resto não é assunto para um chefe de Estado, e sim para conversas de café e recintos de variedades. Tenham juizinho e passem bem. Bom dia!”

Estou a brincar. É claro que o prof. Marcelo não disse nada de vagamente parecido. Aliás, ninguém perguntou nada ao prof. Marcelo, que, ao contrário do rei de Espanha e de cerca de 100% dos estadistas da Terra com excepção do caricato sr. Sánchez, não apenas mencionou o famoso beijo como o fez de modo espontâneo e enquanto dissertava na Universidade de Verão do PSD: “Saí da Ucrânia a pensar o que é fazer política, o que é lutar por uma causa, até onde se deve lutar por uma causa, o que dá sentido à vida? É nestas situações extremas que se percebe o que é fundamental. E há coisas tão menores que ocupam a atenção das pessoas – por exemplo, se beijou melhor ou pior, ainda que tenha beijado, enfim…”

Depois, e só depois, é que os jornalistas o questionaram se se referia ao tal sr. Rubiales. E o prof. Marcelo, o mais alto magistrado da nação, prosseguiu com empenho e minúcia: “Uma questão de investigação de um crime de assédio sexual é uma questão grave, mas há questões mais graves, como seja a morte em guerra, de vidas humanas de um lado e de outro em número massivo. Portanto, em termos de destaque noticioso cada qual é livre, mas uma coisa é um ato criminoso individual para se investigar, outra é uma guerra com mortes e a vida humana vale sempre mais do que tudo isso.” Ou seja, o prof. Marcelo finge desvalorizar o vazio para criar um contexto em que possa comentar o vazio. É no vazio que o prof. Marcelo se sente bem.

Alberto Gonçalves no Observador
https://observador.pt/opiniao/o-vazio-que-ocupa-belem/

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publicado por O apartidário às 09:04


4 comentários

De O apartidário a 19.09.2023 às 17:37

Sugiro e recomendo o seguinte artigo: Na Bucareste de Ceausescu uma maravilhosa avenida conduzia ao colossal palácio presidencial. Quem saísse dessa avenida principal percebia que muitos dos edifícios não passavam de fachadas de um cenário para a produção de uma ilusão… Assim é a governação socialista portuguesa… A propaganda socialista é de uma grande eficácia, perceberam a mentalidade de um povo…
https://sol.sapo.pt/2023/09/18/socialismo-mentiras-e-realidade/

De O apartidário a 16.09.2023 às 11:07

As sucessivas amnistias, que enfermam sempre de enorme populismo, amputam a Justiça, pondo em causa as sentenças, libertando mais cedo os infratores e diminuindo a responsabilidade pelos danos.

No século XVIII, o barão Charles de Montesquieu, na sua famosíssima obra intitulada “Do Espírito das Leis” (De l’esprit des lois, Genève, 1748), desenvolveu a teoria sobre a separação de poderes, a qual influenciou, profundamente, a estrutura das democracias modernas, vincando, sem ambiguidades, a distinção entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Defendeu que tal distinção se afigurava essencial, a fim de evitar a concentração de poder numa única entidade, precavendo, desse modo, a tirania.

Cada um dos ditos poderes possui, naturalmente, funções claras, não interferindo nas atribuições dos demais. Esta ideia, que fazia então todo o sentido numa Europa das Luzes, hoje não passa de uma quimera, e ao que assistimos é à constante interferência do poder político no judicial, interferência essa que pode passar, pura e simplesmente, pela redução de verbas que impossibilitem a conclusão, em tempo útil, de processos em curso.

Essa Interferência do poder político no judicial vem igualmente, das habituais amnistias, ou seja, de medidas de clemência política geradoras de situações de arbitrariedade ou de atuação fora do quadro legal, violando a previsibilidade e a certeza exigidas pelo ordenamento jurídico, sendo contrárias, por conseguinte, aos princípios da legalidade e da segurança jurídica.
https://eco.sapo.pt/opiniao/as-amnistias-so-beneficiam-os-infratores/

De O apartidário a 19.09.2023 às 17:30

Há muita gente que exulta com a espiral de disparate instalada, a dualidade de critérios e o anormal funcionamento das instituições e dos serviços públicos.
https://ionline.sapo.pt/artigo/806694/a-espiral-do-disparate?seccao=Opiniao_i

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