oplanetadosmacacospoliticos
Este blog apenas reporta a realidade, sem seguir cartilhas políticas ou ideológicas, nem apoia extremismos de esquerda ou direita.Não toma partido em questões geo-políticas(sem deixar de condenar crimes de Guerra) .
5 comentários
De O apartidário a 06.01.2024 às 11:50
O futuro do país está nas cartas
O dr. Pedro Nuno sente-se genuína e compreensivelmente repugnado sempre que um caixote é entregue ao destinatário por uma empresa privada, dedicada ao feio lucro e não, conforme devia ser, ao prejuízo
06 jan. 2024, 00:21 no Observador
Muita gente, em geral apreciadora do PS, acha ridículo que nos preocupemos com os CTT em vez de nos ocuparmos com aquilo que, cito oitocentos e trinta utilizadores do Twitter, “verdadeiramente importa aos portugueses”. Vamos por partes.
Em primeiro lugar, a generalização é abusiva. Eu, pelo menos, não me preocupo nada com os CTT, que identifico com lojas melancólicas que vendem livros esquisitos. Como vivo no século XXI e não em 1972, não envio cartas nem as recebo. O que recebo, por regra sem problemas, são compras feitas na internet e depois deixadas em minha casa por uma das inúmeras empresas do ramo. Desde que o produto corresponda ao que adquiri e chegue inteiro e a tempo, o que de resto costuma acontecer, é-me indiferente que venha pelos CTT ou por qualquer das concorrentes. Sei que parece doentio mas, quando vou ao restaurante, ligo mais a que as sardinhas estejam saborosas do que ao registo comercial do barco que as pescou e ao currículo detalhado do sujeito que as assou.
Em segundo lugar, quem pelos vistos se preocupa imenso com os CTT é o PS. Foi um governo do PS a determinar a respectiva privatização (no PEC para 2010) e foi um ministro das Finanças do PS a assiná-la (no “memorando” da Troika em 2011). Foi outro governo do PS que tentou renacionalizar um pedaço dos CTT à socapa em 2020 ou 2021, para agradar aos partidos comunistas com que se aliara ou por ímpeto estatista próprio. E foi um ex-ministro das Comunicações do PS que, em finais de 2023, fingiu que o assunto não lhe dizia respeito para de seguida, no início de 2024, se lembrar que afinal sabia de tudo e, principalmente, concordava com tudo – excepto, presume-se, com a privatização, que considerou “desastrosa” a ponto de a imputar ao PSD.
Alberto Gonçalves no Observador
https://observador.pt/opiniao/o-fut uro-do-pais-esta-nas-cartas/
O dr. Pedro Nuno sente-se genuína e compreensivelmente repugnado sempre que um caixote é entregue ao destinatário por uma empresa privada, dedicada ao feio lucro e não, conforme devia ser, ao prejuízo
06 jan. 2024, 00:21 no Observador
Muita gente, em geral apreciadora do PS, acha ridículo que nos preocupemos com os CTT em vez de nos ocuparmos com aquilo que, cito oitocentos e trinta utilizadores do Twitter, “verdadeiramente importa aos portugueses”. Vamos por partes.
Em primeiro lugar, a generalização é abusiva. Eu, pelo menos, não me preocupo nada com os CTT, que identifico com lojas melancólicas que vendem livros esquisitos. Como vivo no século XXI e não em 1972, não envio cartas nem as recebo. O que recebo, por regra sem problemas, são compras feitas na internet e depois deixadas em minha casa por uma das inúmeras empresas do ramo. Desde que o produto corresponda ao que adquiri e chegue inteiro e a tempo, o que de resto costuma acontecer, é-me indiferente que venha pelos CTT ou por qualquer das concorrentes. Sei que parece doentio mas, quando vou ao restaurante, ligo mais a que as sardinhas estejam saborosas do que ao registo comercial do barco que as pescou e ao currículo detalhado do sujeito que as assou.
Em segundo lugar, quem pelos vistos se preocupa imenso com os CTT é o PS. Foi um governo do PS a determinar a respectiva privatização (no PEC para 2010) e foi um ministro das Finanças do PS a assiná-la (no “memorando” da Troika em 2011). Foi outro governo do PS que tentou renacionalizar um pedaço dos CTT à socapa em 2020 ou 2021, para agradar aos partidos comunistas com que se aliara ou por ímpeto estatista próprio. E foi um ex-ministro das Comunicações do PS que, em finais de 2023, fingiu que o assunto não lhe dizia respeito para de seguida, no início de 2024, se lembrar que afinal sabia de tudo e, principalmente, concordava com tudo – excepto, presume-se, com a privatização, que considerou “desastrosa” a ponto de a imputar ao PSD.
Alberto Gonçalves no Observador
https://observador.pt/opiniao/o-fut
De O apartidário a 06.01.2024 às 11:53
A verdade é esta: o PS é um adversário formidável
É bom que Luís Montenegro saiba que o cemitério da política está cheio de líderes partidários que se convenceram de que o PS era um adversário fácil de bater. Não é.
06 jan. 2024, 00:25 no Observador
Há uma coisa que a direita devia meter na cabeça de uma vez por todas: o PS é um adversário formidável. Uso a palavra no sentido do dicionário, ou seja: é um adversário “tremendo”, que deve “infundir respeito”, “provocar medo” e “inspirar terror”. As razões para isso deviam ser evidentes para qualquer político portador de uma literacia básica. O PS pode ter muitos defeitos — e tem, de facto, muitíssimos. Mas a ligação profunda dos socialistas com os eleitores vem de antes do 25 de Abril, solidificou-se no processo revolucionário, sedimentou-se com a adesão à Europa e manteve-se com a modernização da nossa economia. A esta altura, já devia ter ficado claro que a mera passagem do tempo não é suficiente para, só por si, varrer o PS do governo.
Nos últimos cinquenta anos, vários líderes políticos cometeram o erro infeliz de subestimar o PS. A poucos dias das primeiras eleições em democracia, por exemplo, o então primeiro-ministro Vasco Gonçalves, o nosso émulo de Lenine, chamou Mário Soares à parte e confidenciou-lhe que tivera acesso a sondagens que mostravam, sem margem para dúvidas ou hesitações, que o partido mais votado seria o MDP/CDE, que era um mero satélite dos comunistas; o segundo seria o PCP; e o terceiro, coitadinho, seria o PS. Na realidade, os socialistas ficaram em primeiro lugar, os comunistas em terceiro e o MDP/CDE, com a sua camuflada dependência do PCP, teve escassos 4,1% dos votos (que, ainda por cima, se evaporariam pouco depois).
Passado um ano, nas legislativas de 1976, foi o PSD a achar que os socialistas tinham mais fraquezas do que forças. Segundo as previsões instintivas de Francisco Sá Carneiro, os social-democratas ficariam em primeiro lugar, com 35% a 40% dos votos, e o PS teria menos 10 pontos percentuais. Aconteceu exatamente o contrário: o PS teve 34,8% e o PPD ficou 10 pontos percentuais abaixo, com 24,3%. Enquanto os votos eram contados, várias pessoas que sabiam ler a geografia eleitoral explicaram a Sá Carneiro, com didatismo e paciência, o que ia acontecer naquela noite — mas ele continuou firmemente alheado da realidade, numa euforia incompreensível. Numa conferência de imprensa inicial, o líder do PSD manteve este apego à irracionalidade. Quando finalmente se confrontou com o resultado final, Sá Carneiro confessou aos mais próximos que estava “decepcionadíssimo”.
Miguel Pinheiro no Observador
https://observador.pt/opiniao/a-ver dade-e-esta-o-ps-e-um-adversario-formida vel/
É bom que Luís Montenegro saiba que o cemitério da política está cheio de líderes partidários que se convenceram de que o PS era um adversário fácil de bater. Não é.
06 jan. 2024, 00:25 no Observador
Há uma coisa que a direita devia meter na cabeça de uma vez por todas: o PS é um adversário formidável. Uso a palavra no sentido do dicionário, ou seja: é um adversário “tremendo”, que deve “infundir respeito”, “provocar medo” e “inspirar terror”. As razões para isso deviam ser evidentes para qualquer político portador de uma literacia básica. O PS pode ter muitos defeitos — e tem, de facto, muitíssimos. Mas a ligação profunda dos socialistas com os eleitores vem de antes do 25 de Abril, solidificou-se no processo revolucionário, sedimentou-se com a adesão à Europa e manteve-se com a modernização da nossa economia. A esta altura, já devia ter ficado claro que a mera passagem do tempo não é suficiente para, só por si, varrer o PS do governo.
Nos últimos cinquenta anos, vários líderes políticos cometeram o erro infeliz de subestimar o PS. A poucos dias das primeiras eleições em democracia, por exemplo, o então primeiro-ministro Vasco Gonçalves, o nosso émulo de Lenine, chamou Mário Soares à parte e confidenciou-lhe que tivera acesso a sondagens que mostravam, sem margem para dúvidas ou hesitações, que o partido mais votado seria o MDP/CDE, que era um mero satélite dos comunistas; o segundo seria o PCP; e o terceiro, coitadinho, seria o PS. Na realidade, os socialistas ficaram em primeiro lugar, os comunistas em terceiro e o MDP/CDE, com a sua camuflada dependência do PCP, teve escassos 4,1% dos votos (que, ainda por cima, se evaporariam pouco depois).
Passado um ano, nas legislativas de 1976, foi o PSD a achar que os socialistas tinham mais fraquezas do que forças. Segundo as previsões instintivas de Francisco Sá Carneiro, os social-democratas ficariam em primeiro lugar, com 35% a 40% dos votos, e o PS teria menos 10 pontos percentuais. Aconteceu exatamente o contrário: o PS teve 34,8% e o PPD ficou 10 pontos percentuais abaixo, com 24,3%. Enquanto os votos eram contados, várias pessoas que sabiam ler a geografia eleitoral explicaram a Sá Carneiro, com didatismo e paciência, o que ia acontecer naquela noite — mas ele continuou firmemente alheado da realidade, numa euforia incompreensível. Numa conferência de imprensa inicial, o líder do PSD manteve este apego à irracionalidade. Quando finalmente se confrontou com o resultado final, Sá Carneiro confessou aos mais próximos que estava “decepcionadíssimo”.
Miguel Pinheiro no Observador
https://observador.pt/opiniao/a-ver
De O apartidário a 06.01.2024 às 11:57
Um novo ciclo?
Hoje as coisas mudaram, na Europa e aqui. Só não mudou a patética reivindicação da Esquerda do monopólio da “Democracia”.
06 jan. 2024, 00:18 no Observador
A Esquerda habituou-se e habituou-nos a ser, ou pelo menos a parecer, o partido do povo, o partido da democracia, do progresso, da justiça social, da modernidade, de todas as coisas boas. Em Portugal, particularmente, este discurso não foi difícil de sustentar na segunda metade do século XX, sob o regime do Estado Novo, que proibia os partidos políticos e as liberdades democráticas.
Democracia e Ditadura
É certo que o regime autoritário, nascido do pacto dos militares da Ditadura Nacional com Salazar, viera substituir uma democracia que tinha muito pouco de democrática; uma democracia instalada por um regicídio, em que votavam 7% dos cidadãos, só homens, e em que as eleições eram inevitavelmente ganhas por um partido – o Partido Democrático –, primeiro de Afonso Costa e depois de António Maria da Silva.
Jaime Nogueira Pinto no Observador
https://observador.pt/opiniao/um-novo-c iclo/
Hoje as coisas mudaram, na Europa e aqui. Só não mudou a patética reivindicação da Esquerda do monopólio da “Democracia”.
06 jan. 2024, 00:18 no Observador
A Esquerda habituou-se e habituou-nos a ser, ou pelo menos a parecer, o partido do povo, o partido da democracia, do progresso, da justiça social, da modernidade, de todas as coisas boas. Em Portugal, particularmente, este discurso não foi difícil de sustentar na segunda metade do século XX, sob o regime do Estado Novo, que proibia os partidos políticos e as liberdades democráticas.
Democracia e Ditadura
É certo que o regime autoritário, nascido do pacto dos militares da Ditadura Nacional com Salazar, viera substituir uma democracia que tinha muito pouco de democrática; uma democracia instalada por um regicídio, em que votavam 7% dos cidadãos, só homens, e em que as eleições eram inevitavelmente ganhas por um partido – o Partido Democrático –, primeiro de Afonso Costa e depois de António Maria da Silva.
Jaime Nogueira Pinto no Observador
https://observador.pt/opiniao/um-novo-c
De O apartidário a 10.01.2024 às 14:33
Um partido muito mentiroso
Como pode Costa pedir aos portugueses para votarem em Pedro Nuno Santos, se o demitiu por incompetência? Quem não serviu para ministro de Costa, serve para primeiro-ministro?
10 jan. 2024, 00:16 no Observador
O congresso do PS confirmou, mais uma vez, que as mentiras fazem parte da genética socialista. Os dois líderes, o de amanhã, Pedro Nuno Santos, e o de ontem, António Costa, repetiram essas mentiras, assim como os seus soldados mais fiéis. Das várias mentiras, há cinco que se destacam.
A primeira mentira foi a mais antiga, e a mais repetida desde 2015: o governo de Passos Coelho foi o responsável pelas políticas de austeridade. É uma mentira enorme. As políticas de austeridade foram o resultado da falência imposta ao país pelo governo socialista de José Sócrates. Os termos das políticas de austeridade foram negociados e assinados pelo governo socialista de Sócrates. O governo de Passos Coelho não tinha alternativa a não ser cumprir a austeridade assinada pelo governo socialista. Tomara Passos Coelho não ter governado com uma troika em Portugal. Sócrates foi o pai da austeridade.
Mas enquanto o governo socialista trouxe a troika para Portugal, o governo de Passos Coelho enviou-a de regresso para Bruxelas e para Washington. O governo do PSD e do CDS herdou um país falido, e entregou-o com a economia a crescer. António Costa recebeu um país muito melhor de Passos do que este recebeu de Sócrates. Eis a verdade que os socialistas se recusam a aceitar.
João Marques de Almeida no Observador
https://observador.pt/opiniao/um-partid o-muito-mentiroso/
Como pode Costa pedir aos portugueses para votarem em Pedro Nuno Santos, se o demitiu por incompetência? Quem não serviu para ministro de Costa, serve para primeiro-ministro?
10 jan. 2024, 00:16 no Observador
O congresso do PS confirmou, mais uma vez, que as mentiras fazem parte da genética socialista. Os dois líderes, o de amanhã, Pedro Nuno Santos, e o de ontem, António Costa, repetiram essas mentiras, assim como os seus soldados mais fiéis. Das várias mentiras, há cinco que se destacam.
A primeira mentira foi a mais antiga, e a mais repetida desde 2015: o governo de Passos Coelho foi o responsável pelas políticas de austeridade. É uma mentira enorme. As políticas de austeridade foram o resultado da falência imposta ao país pelo governo socialista de José Sócrates. Os termos das políticas de austeridade foram negociados e assinados pelo governo socialista de Sócrates. O governo de Passos Coelho não tinha alternativa a não ser cumprir a austeridade assinada pelo governo socialista. Tomara Passos Coelho não ter governado com uma troika em Portugal. Sócrates foi o pai da austeridade.
Mas enquanto o governo socialista trouxe a troika para Portugal, o governo de Passos Coelho enviou-a de regresso para Bruxelas e para Washington. O governo do PSD e do CDS herdou um país falido, e entregou-o com a economia a crescer. António Costa recebeu um país muito melhor de Passos do que este recebeu de Sócrates. Eis a verdade que os socialistas se recusam a aceitar.
João Marques de Almeida no Observador
https://observador.pt/opiniao/um-partid
De O apartidário a 10.01.2024 às 14:36
Porque é que o PS ainda vence?
Um regime em que de facto opera um partido único nunca é saudável, em especial num contexto em que a sociedade civil é fraca, a economia é débil e os fundos europeus são capturados.
10 jan. 2024, 00:15 no Observador
No rescaldo do congresso do PS, vale a pena regressar à pergunta que debatemos no último “Fora do Baralho”. Porque é que o PS continua a ganhar eleições? Como é que o PS se tornou um partido hegemónico em Portugal em vias de tornar-se uma organização análoga ao LPD japonês, em que as disputas internas entre facções praticamente se substituíram às eleições gerais? Qual o motivo pelo qual o eleitorado não penaliza fortemente o partido depois de escândalos que seriam mortais para outros partidos políticos?
O maior sinal de que o processo de hegemonização do PS na sociedade portuguesa está a decorrer pode ser visto através de um tema que percorreu todo o congresso deste fim de semana. As figuras gradas do partido reconhecem que Portugal enfrenta problemas e desafios complexos e, ao mesmo tempo, assumem que foram cometidos erros durante a governação de Costa. No entanto, afirmam que apenas o PS é capaz de solucionar esses mesmos problemas e que apenas com mais do mesmo será possível chegar a resultados diferentes. O facto de as elites socialistas tentarem esta estratégia não é surpreendente. O que é surpreendente, isso sim, é o seu mais do que provável sucesso. Quais os motivos por detrás deste aparente puzzle?
Em primeiro lugar, o PS é o partido mais próximo do eleitor mediano e, portanto, com maior potencial eleitoral. No seu capítulo no Essencial da Política Portuguesa (Tinta-da-China 2023), Ana Maria Belchior e Conceição Pequito mostram de forma inequívoca que o PS é o partido com maior congruência com o eleitor mediano. A congruência política é uma medida clássica para avaliar o nível de correspondência entre as preferências dos eleitores e o posicionamento dos partidos na escala esquerda-direita. Quanto maior a congruência entre os partidos políticos e os eleitores, mais próxima será a sua posição e, consequentemente, mais provável que os eleitores escolham esse partido. Não surpreende, pois, que o PS seja o partido com maior potencial eleitoral.
Jorge Fernandes no Observador
https://observador.pt/opiniao/porqu e-e-que-o-ps-ainda-vence/
Um regime em que de facto opera um partido único nunca é saudável, em especial num contexto em que a sociedade civil é fraca, a economia é débil e os fundos europeus são capturados.
10 jan. 2024, 00:15 no Observador
No rescaldo do congresso do PS, vale a pena regressar à pergunta que debatemos no último “Fora do Baralho”. Porque é que o PS continua a ganhar eleições? Como é que o PS se tornou um partido hegemónico em Portugal em vias de tornar-se uma organização análoga ao LPD japonês, em que as disputas internas entre facções praticamente se substituíram às eleições gerais? Qual o motivo pelo qual o eleitorado não penaliza fortemente o partido depois de escândalos que seriam mortais para outros partidos políticos?
O maior sinal de que o processo de hegemonização do PS na sociedade portuguesa está a decorrer pode ser visto através de um tema que percorreu todo o congresso deste fim de semana. As figuras gradas do partido reconhecem que Portugal enfrenta problemas e desafios complexos e, ao mesmo tempo, assumem que foram cometidos erros durante a governação de Costa. No entanto, afirmam que apenas o PS é capaz de solucionar esses mesmos problemas e que apenas com mais do mesmo será possível chegar a resultados diferentes. O facto de as elites socialistas tentarem esta estratégia não é surpreendente. O que é surpreendente, isso sim, é o seu mais do que provável sucesso. Quais os motivos por detrás deste aparente puzzle?
Em primeiro lugar, o PS é o partido mais próximo do eleitor mediano e, portanto, com maior potencial eleitoral. No seu capítulo no Essencial da Política Portuguesa (Tinta-da-China 2023), Ana Maria Belchior e Conceição Pequito mostram de forma inequívoca que o PS é o partido com maior congruência com o eleitor mediano. A congruência política é uma medida clássica para avaliar o nível de correspondência entre as preferências dos eleitores e o posicionamento dos partidos na escala esquerda-direita. Quanto maior a congruência entre os partidos políticos e os eleitores, mais próxima será a sua posição e, consequentemente, mais provável que os eleitores escolham esse partido. Não surpreende, pois, que o PS seja o partido com maior potencial eleitoral.
Jorge Fernandes no Observador
https://observador.pt/opiniao/porqu