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A Idiotocracia Já Chegou (eis a modernidade, todos todos todos contra a chonéfobia)

Sábado, 21.06.25

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IDIOCRACIA, lançado em 2006 foi um filme que fez diversas previsões assustadoras sobre o nosso futuro e nos tentou avisar(só errou na data por quase 500 anos) .

https://youtu.be/yR9pAGnlLF8?si=kPgzFa-fzzK2HvQB

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publicado por O apartidário às 08:16

Depois da Cimeira dos Oceanos (repostado)

Terça-feira, 17.06.25

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Post original (de Setembro 2022) no seguinte link 

https://oplanetadosmacacospoliticos.blogs.sapo.pt/depois-da-cimeira-dos-oceanos-6504

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publicado por O apartidário às 18:16

A Bolha Globalista das Pseudo Elites

Segunda-feira, 16.06.25

A bolha globalista de Lídia e Marcelo (originalidade e coragem ou tradução e autopromoção?)
Infelizmente, as nossas tristes elites globalistas parecem não darem mais do que para a tradução de assuntos dos EUA ou do Reino Unido – até no dia 10 de Junho de Camões e das comunidades portuguesas.

15 jun. 2025, 00:11 Pedro Caetano no Observador

Aqueles portugueses que não vivem actualmente nos EUA há três anos nem viveram antes seis anos na Inglaterra como nós elogiaram os discursos de 10 de Junho da escritora Lídia Jorge e do presidente Marcelo Rebelo de Sousa como “originais” e “corajosos.”

Ficaram estasiados e comovidos. Não percebem ou fazem-se desentendidos que esses discursos são tudo menos originais e ainda menos corajosos. São uma mera tradução adaptada e anacrónica dos discursos anglo-saxónicos woke a que vimos assistindo há quase 10 anos fora de Portugal. Neste artigo explicamos que tais discursos emanam não dos portugueses, da diáspora, dos PALOPs ou sequer dos imigrantes residentes em Portugal, mas de personagens da esquerda americana globalista como Bass ou Rogers, sem absolutamente nada a ver com Portugal.

Ainda um dia antes do 10 de Junho tínhamos ouvido a presidente da câmara de Los Angeles, a esquerdista radical Karen Bass, fazer um discurso idêntico em muito aos de Jorge e Marcelo, durante os protestos e motins nessa cidade. Afirmou que não há realmente americanos e os “sem papeis” (ilegais) são iguais aos cidadãos cumpridores. Como globalista “exemplar”, Bass no início do ano tinha ido para o Gana celebrar africanos com dinheiros públicos americanos, em vez de, sabendo do risco (ventos e calor enormes), trabalhar para prevenir os fogos que destruíram grande parte da sua cidade.

Na prática, os cidadãos e imigrantes legais são quem menos interessa aos globalistas. Ficam sempre em último na prioridade da bolha da esquerda global woke toda igual e desligada dos anseios e preocupações das populações nativas. Nos discursos há muito que Bass profere exactamente os mesmos chavões de auto negação da identidade cultural própria construída pelos antepassados e a expiação do alegado pecado de ser ocidental que Marcelo e Lídia agora usaram em abundância (adaptando ligeiramente, por exemplo substituindo Shakespeare ou Jefferson por Camões).

Significativamente, na zona de Boston onde vivemos, um wokista globalista que usa o pseudónimo Ibram X Kendi (verdadeiro nome Henry Rogers) que os woke portugueses admiram (e no fundo traduziram no 10 de Junho), foi despedido pela Boston University este ano. Isto depois de um inquérito feito sobre como Kendi esbanjou 45 milhões de euros académicos, num par de anos, anos sem se saber bem para quê.

Antes disso, quando o wokismo estava mais na moda nos EUA, há dois anos, o livro “stamped” deste fraco escritor e suposto investigador que insultava os portugueses, estava por todo o lado. Acusava os portugueses de terem inventando o racismo e esclavagismo por causa do que o cronista dos descobrimentos, Gomes Eanes de Zurara, escreveu há cerca de 500 anos (como se isso infelizmente não existisse desde o princípio da humanidade). Wokistas como Rogers acusam os emigrantes portugueses na américa de serem “privilegiados europeus.” Isto apesar de muitos em zonas como Fall River ou New Bedford serem humildes e a emigração lusitana para aqui ter passado por muito sofrimento e dor, incluindo pescadores da baleia e de bacalhau ao largo de Cape Cod. Chegou-se à loucura, no apogeu do wokismo, do livro de Kendi contra os portugueses ser lecionado em escolas primárias da área de Boston, incluindo a dos nossos filhos. Estes foram insultados como racistas por outros miúdos americanos com menos de 10 anos só por serem de ascendência portuguesa e nascidos em Portugal. De imediato reagimos perante as autoridades escolares da nossa cidade para interromperem o denegrir da cultura portuguesa e as falsidades sobre alegadas vantagens que os emigrantes portugueses tivessem que não fossem fruto de muito trabalho, especialmente perante crianças luso-americanas. Recuaram e pediram desculpas.

Se fossem Lídia Jorge e Marcelo provavelmente teriam insistido nesse ensino difamatório, para que crianças portuguesas tivessem vergonha da sua identidade e antepassados. Provavelmente teriam aplaudido o agora desacreditado simplista Kendi como alegado grande intelectual merecedor de ser ensinado a crianças pequenas em vez de matemática e biologia. Teriam afirmado em uníssono com ele que emigrantes lusos esforçados que triunfaram nos EUA há poucas gerações arriscando a vida como pescadores no oceano gélido e bravo da costa leste dos EUA, trabalhando horas sem contam nas fábricas (“mills”) da nova Inglaterra ou apanhando fruta nas quintas do vale de San José na Califórnia, foram privilegiados e opressores colonistas.

Infelizmente, as nossas tristes elites globalistas parecem não darem mais do que para a tradução atrasada de assuntos dos EUA ou do Reino Unido. Isto até no dia 10 de Junho de Camões e das comunidades portuguesas. Absorvem o wokismo saxónico sem qualquer pensamento crítico. As obsessões são sempre as mesmas: zero originalidade. Cansa. A população nativa está exausta de ser sempre acusada de pecadora e dos outros serem todos santos pela esquerda toda do mundo ocidental. Estamos, portanto, conversados sobre a suposta originalidade da escritora e do professor.

Já sobre a alegada coragem de Lídia e Marcelo, essa também não saiu da mesma chapa gasta e típica da bolha globalista importada do mundo anglo-saxónico. Na Inglaterra vimos, enquanto lá vivemos de 2016 a 2022, muitos políticos e escritores sempre a serem apelidados de “corajosos” por nunca saírem da linha dura dos discursos bonitos que Jorge e Marcelo agora traduziram, negando sempre qualquer realidade que os contradissesse. Na Inglaterra, negaram, por exemplo, os problemas horríveis que se passavam com certos gangues abusadores de centenas de raparigas jovens inglesas pobres. Essa negação da realidade era a posição mais fácil e confortável para toda a elite de esquerda globalista, em Londres, longe da pobreza e do problema: recebiam condecorações e continuavam populares na Imprensa gozando os frutos da sua “coragem.” Não tinham era nenhuma misericórdia pelas vítimas indefesas. Não faziam nada por elas porque ficavam melhor na foto ou no discurso dizendo que os seus atacantes é que eram vítimas do imperialismo e colonialismo ocidental. Não podia ser de outra forma para os woke globalistas.

Enquanto isso os verdadeiros corajosos que se atreviam a expor o que se passava, com compaixão pelas vítimas em vez de pela autopromoção, pagavam um preço terrível pela ousadia da coragem, sendo ostracizados e silenciados. Como foi por exemplo a valente deputada trabalhista Sarah Champion que em 2017 denunciou esse problema real e grave relacionado com a imigração, que tem aspectos positivos, mas como tudo não vida não é sempre positiva como nos discursos. Em vez do caminho fácil e luxuoso dos cocktails nas embaixadas e medalhas como os cobardes na Inglaterra (parecidos nos discursos com os nossos lírico Marcelo e tíbia Lídia) a heroica Sarah fez o caminho das pedras de ser forçada a demitir-se de ministra sombra do partido trabalhista e nunca chegou a ministra real. A vida correu melhor para outra deputada que na altura partilhou um Twitter, que retirou e classificou de acidental depois de imediatamente criticada, que dizia “as raparigas abusadas precisam calar a boca em nome da diversidade”. Só anos depois de termos saído da Inglaterra é que vimos finalmente fazer-se justiça aos heróis e às vítimas do povo.

Para os globalistas a realidade nunca interessa: os opressores e as vítimas estão pré-definidos à nascença. Cometeram para eles o crime imperdoável de serem nativos dos sítios onde nasceram. Assim merecem o inferno se for preciso em nome dos pecados dos antepassados distantes. Enquanto isso há um paraíso woke cheio de anjos vindos de fora, do céu certamente, a tocar corneta nunca fazendo nada errado. Lídia e Marcelo cantaram-nos a 10 de Junho de 2025 esse paraíso que já ouvimos muitas vezes e anos antes nos EUA e na Inglaterra, mas nunca vimos. Isto porque a natureza humana é universal e não se ajusta às vitimizações e as diabolizações postas em caixinhas "muito bem" compartimentadas woke.

Humanos são humanos. Uns com bom carácter, outros não. O carácter deve ser julgado independentemente da pele como explicava o saudoso Dr. Martin Luther King que quase de certeza se fosse vivo não seria woke globalista. O povo é quem menos ordena parece ser o lema da actual bolha esquerdista globalista. As estranhas obsessões, ações e ordens deles parecem ser em nome de um deus desconhecido qualquer global e ou serem completamente alheias aos interesses e preocupações das populações nativas. A derrota estrondosa da esquerda nas eleições legislativas americanas de Novembro de 2024 e ainda mais estrondosa  nas portuguesas de Maio 2025 deve-se em boa parte a este desapego das suas principais figuras às culturas locais que parecem desprezar ou querer mudar completa e rapidamente. Tudo toleram noutras culturas, mas pouco ou nada suportam nem valorizam nos nativos. É normal que quem menospreza o que as populações locais valorizam depois não receba, os seus votos.

O discurso de Lídia e Marcelo não aconteceu agora por acaso nem no vácuo. Exposta a falta de originalidade e de coragem do professor presidente de Portugal e da escritora condecorada de Portugal gostaríamos de concluir o artigo explicando a realidade nacional actual. Esta é fruto da imitação da esquerda americana e inglesa, não só nas palavras, mas nos actos. Não são discursos bonitos no dia 10 de Junho copiados do mundo anglo-saxónico que vão resolver esta realidade importada do mundo anglo-saxónico que não agrada a muitos Portugueses. Talvez a maioria.

A partir de 2017 os nossos políticos de esquerda globalistas liderados por Costa, com a bênção do igualmente globalista Marcelo, imitaram, com mais de 10 anos de atraso e sem aprender nada com os erros doutros, o ex primeiro-ministro da Suécia, Reinfeldt, que escarneceu da sua cultura e só percebeu o valor quando esta esvaneceu significativamente. Parecem desconhecer que o filósofo francês Renan dizia em “o que é uma nação?” que um projeto nacional com futuro pressupõem um passado comum e uma direção presente acordada pela maioria. Fazem cara enjoada quando o vice-presidente americano JD Vance aconselha os líderes europeus a respeitarem em vez de desprezarem a vontade da maioria da população na manutenção da cultura e controlo da imigração. Nunca ligam às corajosas reportagens de Ana Leal na TVI sobre problemas da imigração maciça em Portugal. É tudo sempre só e o paraíso woke até não ser. Até não se poder mais negar a realidade que nada é sempre tão belo como dito nos discursos globalistas originais anglo-saxónicos e respetivas copias portuguesas.

Na já referida rica e grande Califórnia com 40 milhões de residentes, o governador Newsom já declarou que não pode mais sustentar a saúde dos cerca de dois milhões de imigrantes ilegais que lá vivem (5% da população). Um influxo significativo aconteceu com a política de fronteiras abertas da esquerda globalista de Joe Biden-Kamala Harris que aumentou a população dos EUA em 3% com imigração ilegal contra a vontade da maioria dos eleitores de todas as etnias, incluindo os hispânicos. Algo mesmo assim bem menor do que se passou em Portugal com o Costa e Marcelo nos cargos mais altos da nação. Portugal chegou tarde ao globalismo actual mas foi logo o “melhor aluno” internacional das modas globalistas nos discursos e nos actos. Se os globalistas lá fora fizeram mal, os políticos portugueses woke vieram a correr a seguir imitar a quadruplicar o erro.

No nosso pequeno e pobre Portugal, desde 2017 em que só tínhamos 421.785 imigrantes, o PS e o resto da esquerda empossada por Marcelo, ao serviço do tal deus desconhecido globalista, promoveram a importação maciça, num esfregar de olhos, de mais 1.124.736 imigrantes. Abriram a fronteira sem consultar os portugueses, deliberadamente e de repente para teremos hoje fulminantemente quase 16% de população imigrante (1.546.521, tudo dados oficiais da Agência para a Integração, Migrações e Asilo). A maior parte entrou fulgurantemente sem qualificação nem tempo de aculturação ou controlo apropriado de registo criminal e profissional. Tudo rapidamente feito pelas costas dos portugueses em apenas 8 anos de poder do PS de Costa e seus aliados. Inspirados ideologicamente pela esquerda globalista woke do BE.

O governo de Costa foi ineficiente e molengão da saúde à educação, passando pela segurança, habitação, aviação, comboios, proteção civil, fogos, centrais a carvão ou demais energia e tudo o mais que interessava verdadeiramente aos portugueses. Para um simples aeroporto foram estudos infindáveis sem resolução rápida. Foram oito anos de marasmo socialista e inação exceto no incentivo à importação maciça de seres humanos, vindos do outro lado do mundo e com uma cultura completamente diferente, que foi rapidíssima e sem estudos nenhuns nem referendo eleitoral. Foi num ápice. O PS e a sua ala radical globalista esquerdista não tinha legitimidade eleitoral para a escala do que fez e a pressa com que o fez em nome do paraíso woke . O PS era governo minoritário quando irresponsavelmente escancarou as fronteiras em 2017 pois tinha perdido as eleições para o PSD e só governou indo buscar a extrema-esquerda globalista para o apoiar. Não houve qualquer referendo eleitoral sobre a imigração.

As elites globalistas portuguesas tal como os seus inspiradores na esquerda anglo-saxónica woke caviar, têm o que Rob Henderson classifica de “convicções luxuosas:” são pela “inclusão” à força, apressada e mal pensada de imigração em massa cujas consequências rebentem nas vizinhanças pobres enquanto elas vivem nos melhores bairros de Lisboa e fazem discursos ou escrevem artigos lindíssimos e giríssimos. Acham-se melhores moralmente que os portugueses que se queixam do que sofrem devido às irresponsáveis decisões globalistas. No entanto, parecem-nos hipócritas e egoístas. São como os seus mestres poderosos de Martha’s Vineyard nos EUA que puseram imediatamente fora desta sua rica ilha os imigrantes cuja importação e colocação eles próprios promoveram para pôr nas zonas pobres do resto do estado de Massachusetts. Para outros sofrerem as consequências da “generosidade” deles. Os outros que vivam na pele os bonitos discursos deles.

O mundo sem a cultura portuguesa ficaria mais pobre, homogéneo e limitado. Seria como a mente dos globalistas wokistas em Portugal proponentes da desvalorização da nossa identidade cultural muito mais bela e única que os discursos comuns deles, importados da Califórnia ou de Londres.

Pedro Caetano no Observador https://observador.pt/opiniao/a-bolha-globalista-de-lidia-e-marcelo-originalidade-e-coragem-ou-traducao-e-autopromocao/

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publicado por O apartidário às 09:34

A Manipulação Mediática (repostado)

Sábado, 14.06.25

 

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O post original 

https://oplanetadosmacacospoliticos.blogs.sapo.pt/a-manipulacao-mediatica-99721

 

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publicado por O apartidário às 07:45

Quase 900 anos de História Para Chegar a Isto

Sexta-feira, 13.06.25

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Ó Pátria Mãe (artigo de Patrícia Fernandes no Observador) 


Quase uma semana depois do dia 10 de junho, já quase tudo foi dito sobre os seus discursos. Rui Pedro Antunes notou como eles dão pólvora a André Ventura; João Pedro Marques corrigiu os erros do discurso de Lídia Jorge; Francisco Mendes da Silva chamou a atenção para como a obsessão com o passado nos impede de pensar no futuro; e Alberto Gonçalves mostrou como a distração com a falácia do racismo nos distrai dos verdadeiros problemas. Cada um desses comentários revela, à sua maneira, como aqueles discursos são tipicamente da era-da-internet: não permitem compreender, não permitem refletir e não permitem resolver problemas – mas põem o algoritmo a funcionar muito bem.

Será possível levar um país a bom termo desta forma?

Na verdade, a questão da identidade nacional é tão complexa e rica que exige outros recursos sinápticos, que passariam por ter em conta múltiplos fatores científicos e intelectuais que os tempos de atenção reduzida tendem a desprezar. Consideremos alguns.

A construção da nação foi uma condição necessária para o surgimento das democracias: não há democracia sem estado-nação porque não é possível tomar decisões com regras democráticas sem uma cultura amplamente partilhada. E essa cultura partilhada pressupõe uma série de elementos – como história, língua, costumes – que resultam de processos de sociabilidade natural.

Ao contrário da ilusão racionalista, não somos seres atomizados que escolhem racionalmente o espaço cultural a que querem pertencer: nós tornamo-nos indivíduos a partir de um espaço cultural. E o trabalho de Yasuko Minoura revela que há um espaço etário definido para a formação dessa identidade cultural, cujo momento crucial é entre os 9 e 14 anos. Isto significa que se uma criança for levada para um outro espaço cultural muito antes dos 14, ela adotará, tendencialmente e se integrada, os valores do novo espaço cultural; mas após aquele limite máximo, a identidade daquele que imigra será sempre, no máximo, dividida e quanto mais velhos ficamos, menos é possível que uma nova cultura se possa inscrever na nossa identidade.

Estas informações ajudam-nos a compreender o que faz de nós um português, um inglês ou um indiano: a imersão cultural naquele período-chave é fundamental e após aquele momento todas as outras culturas passam a ser vistas de fora – como sabemos falando com um adulto que viva em Portugal, mesmo que há muitos anos: pode sentir-se cada vez mais perto da cultura portuguesa, mas há um sentimento de alteridade que nunca é ultrapassável. Ou com os nossos emigrantes, que repetem a experiência em sentido inverso.

Nenhum documento escrito altera esta realidade. E embora a comunidade possa reconhecer, excecionalmente, a cidadania a alguém de fora, sabemos que se trata de um estatuto diferente.

A ideia de um universalismo português é poeticamente interessante e pode ter tido o seu momento histórico, mas é biologicamente errada e politicamente inútil perante os novos desafios: o que é universal é o facto de todos os homens se organizarem em comunidades morais, que se distinguem umas das outras, e se comprometerem dentro da sua comunidade moral sabendo que dela depende a sua sobrevivência. É por isso que nos dispomos a fazer sacrifícios por ela e sentimos uma elevação espiritual que resulta desse comprometimento coletivo: dentro de uma comunidade, tornamo-nos mais do que este corpo que envelhece e desaparecerá e isso põe-nos em contacto com algo superior.

No momento em que os paraquedistas desfilavam à frente do Presidente da República, a televisão mostrou um Marcelo emocionado. Muitos portugueses sentiram o mesmo. E as razões são biológicas: essas emoções de pertença a um grupo, ao nosso grupo, são espoletadas pelo uniforme semelhante, pelo movimento síncrono, pelas vozes a cantar em simultâneo. E não há nada de errado nisso, antes nos eleva porque deixamos de ser seres mesquinhos à procura de reconhecimento social na internet. O que há de errado é dizer à frente desses jovens, que estão dispostos a morrer pela Pátria, que não há quem possa dizer que é mais português. Eu não teria esse descaramento.

Patrícia Fernandes no Observador (artigo completo na caixa de comentários) 

https://observador.pt/opiniao/o-patria-mae-2/

 

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publicado por O apartidário às 09:55

Portugal em 2025

Terça-feira, 10.06.25

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publicado por O apartidário às 15:03

Um Portugal Bastante "Moderno"

Segunda-feira, 09.06.25

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O post original 

https://oplanetadosmacacospoliticos.blogs.sapo.pt/um-portuga-bastante-l-moderno-111085

 

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publicado por O apartidário às 14:50

As Coisas Não Nascem do Vácuo

Sexta-feira, 06.06.25

As coisas não nascem do vácuo
Quando o voto era dirigido a socialistas e comunistas era feito por licenciados, que agora perderam as licenciaturas, votando em populistas.

03 jun. 2025, 00:20 no Observador

1 Não sou licenciado nem recenseado / Com paciência, há-de aparecer alguém credenciado, com moral que me faça votar, me faça lutar, me faça notar, e faça esgotar a campanha eleitoral / Por enquanto é só comédia, money manipula os média, que se excedem a assustar o nosso povo com medo / Sei que é o meu futuro, mas não vou acordar cedo para pôr um voto nulo ou eleger um chulo ou um cherne / Eu não preciso de reflexão, eu já ‘tou decidido, eu só voto na verdade e não a vejo em nenhum partido / A minha previsão é o privilégio garantido para um puto no colégio neto de algum conhecido / E eu sou a percentagem que a sondagem nunca mostra / Eu sou a mente exausta da miragem mal composta / Eu sou a indiferença e a insatisfação / Eu sou a anti-comparência, eu sou abstenção/ A linguagem não é crua e tendo mais remorsos, e eu nunca o vi na rua a não ser em outdoors/ Já não pertencem ao povo, pensem um pouco.

São vários excertos de um poema de Sam The Kid. A canção chama-se “Abstenção”, é de 2006.

2 Ricardo Leão, socialista, presidente da Câmara Municipal de Loures, deu na semana passada uma entrevista à SIC Notícias, onde afirmou que os populismos não se combatiam com «não passarão» e retóricas semelhantes, mas conhecendo o quotidiano das pessoas e respondendo-lhes com acções. Segundo percebi e reproduzo de cor, Loures tinha cerca de 2500 inquilinos municipais, com rendas mensais entre os 10 e os 15 euros, metade dos quais não pagavam renda. A Câmara notificou-os, propondo planos de pagamentos e, como eventual sanção pelo incumprimento, o despejo. Vários responderam, cerca de 18% dos inquilinos optaram por se manter em silêncio, continuando sem pagar renda. A Câmara vai despejá-los para dar lugar a parte dos cerca de mil pedidos de alojamento que tem pendentes, à espera de apoio municipal, e até agora impedidos de aceder a habitação pública porque 18% dos actuais inquilinos, além de não pagarem renda, não se dignam sequer a responder ao seu senhorio. Afirmou também que a realidade, em termos de segurança, contraria as estatísticas, e que, por essa razão, a Câmara Municipal adjudicou cerca de uma dezena de viaturas para ceder à PSP, promovendo o policiamento de proximidade. Durante a campanha eleitoral, Ricardo Leão e outros autarcas socialistas foram destratados pela superioridade moral do Largo do Rato, da esquerda bem-pensante e comentadores associados.

3 Na segunda-feira após as eleições, apanhei um TVDE cujo condutor era cigano. Na rádio tocavam canções pop-evangélicas e ecoavam mensagens religiosas. Perguntou-me se queria saber a opinião dele sobre os resultados eleitorais – não queria eu outra coisa. Foi simples e directo: «Eu não votei nele. Não gosto que se trate toda a gente da mesma maneira, como se fossemos todos iguais. Não somos. Mas dou-lhe razão em muita coisa. Eu sei que ele tem razão em muita coisa.»

4 Em 2002, a RTP tinha um programa de debate semanal, que antecedeu o “Prós e Contras”, que se chamava “Gregos e Troianos”, conduzido (porque não se pode dizer que fosse moderado) por Júlia Pinheiro. O ambiente era de quase permanente gritaria e insulto, de polarização procurada e oferecida. Um dos programas foi sobre imigração, e foi lançada ao público a pergunta «Portugal pode receber mais imigrantes?». O “não” ganhou com 56% dos votos. Quinze anos depois, o PS, para fazer um favor à extrema-esquerda, optou por desregular as leis migratórias e da nacionalidade, abrindo portas a uma mudança social e cultural abrupta, sem serviços capazes, e fez um favor a máfias. Quebrou a coesão social e acabou a destratar inclusive os próprios imigrantes.

Nuno Gonçalo Poças no Observador

Continua aqui https://observador.pt/opiniao/as-coisas-nao-nascem-do-vacuo/

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publicado por O apartidário às 11:34

A Perturbação do Sistema Partidário

Terça-feira, 03.06.25

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O Chega não é uma anomalia nem um mistério. Representa um nacionalismo conservador a que os governos socialistas, ao submeterem o país às migrações descontroladas e ao wokismo americano, deram relevância política: defender a segurança e a identidade nacional tornou-se importante. A possibilidade de o Chega crescer foi-lhe depois criada pelas lideranças do PSD que, ao renegarem o reformismo de Pedro Passos Coelho para se encostarem ao PS e copiarem o poder socialista, privaram o país de uma verdadeira alternativa ao esquerdismo. O Chega passou a cumprir essa função, mesmo para quem não aprecia o estilo e algumas das propostas.

O Chega não fica assim totalmente explicado. Para um partido ter 1,4 milhões de votos tem de ser capaz de representar muitas coisas para muitas pessoas. Não devemos, por exemplo, subestimar o talento do seu líder, ou o efeito das modas internacionais. O problema do Chega é que, para a oligarquia, o Chega só representa uma coisa: a perturbação do sistema de partidos que existe desde 1975, o que é, hoje, o mesmo que dizer: a perturbação do sistema pelo qual muitos oligarcas enriqueceram, abusando de um Estado intrusivo e complicado, à volta do qual se fazem todos os negócios. Daí a grande resistência da oligarquia em renunciar à exploração do medo do “fascismo” ou do nojo aos “descamisados”, e admitir tranquilamente que a democracia portuguesa tem apenas mais um partido, e que isso é normal. Para eles, é obviamente monstruoso. Do ponto de vista da democracia, porém, não é apenas normal: é até desejável.

Rui Ramos no Observador

https://observador.pt/opiniao/os-arrumadores-do-chega/

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publicado por O apartidário às 07:35

Um País que Já Foi um dos Mais Seguros do Mundo

Sábado, 31.05.25

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Atenção aos links informativos na caixa de comentários 

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publicado por O apartidário às 08:12





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